Presente em vários momentos importantes da Ponte Preta neste século, o meia Renato Cajá anunciou a aposentadoria do futebol, aos 37 anos, neste último domingo (7), por meio de seu perfil oficial nas redes sociais.
Com cinco passagens pelo estádio Moisés Lucarelli, entre 2008 e 2019, Cajá disputou 178 jogos e marcou 45 gols com a camisa da Macaca, clube que mais defendeu na carreira, onde conquistou dois vice-campeonatos paulista, em 2008 e 2017, e dois acessos à Série A, em 2011 e 2014.
Ao todo, Renato Cajá disputou 533 jogos, com 96 gols marcados. Ele defendeu 15 clubes diferentes, incluindo outras equipes importantes do futebol brasileiro, como Grêmio, Botafogo, Vitória, Bahia, Goiás e Juventude.
Entre idas e vindas ao Majestoso
Aos 23 anos, recém-chegado ao Majestoso, após deixar o Juventude, Renato Cajá foi um dos destaques da equipe vice-campeã paulista em 2008, sob o comando do técnico Sérgio Guedes. A Ponte Preta perdeu a decisão para o Palmeiras.
Na sequência, Cajá disputou as primeiras rodadas da Série B, mas acabou vendido ao futebol árabe no meio de 2008, em uma transferência marcada por imbróglios jurídicos, já que o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, deixou de pagar parcelas referentes ao negócio. A Ponte entrou com recurso na FIFA exigindo a volta do jogador ao clube, mas não obteve sucesso.
Em 2009, Renato Cajá assinou contrato com o Grêmio para disputar a Série A, mas não se firmou. Nos dois anos seguintes, ele defendeu as cores do Botafogo, onde ganhou mais oportunidades, antes de se transferir para o futebol chinês.
No meio do ano de 2011, Cajá retornou à Macaca para conquistar o acesso à elite estadual, com direito a dois gols na inesquecível vitória por 3 a 0 sobre o Guarani, no Dérbi 187, em pleno estádio Brinco de Ouro. A magistral campanha, conduzida pelo técnico Gilson Kleina, terminou com a terceira colocação da Série B.
Em 2012, com a manutenção de Cajá no meio-campo e Kleina no comando, a Ponte Preta eliminou o Corinthians em pleno Pacaembu e chegou às semifinais do Campeonato Paulista, onde reencontrou o Guarani no Brinco de Ouro, mas perdeu por 3 a 1 naquele que é considerado o “Dérbi do Século”.
Ao término do Paulistão de 2012, Cajá deixou novamente a Ponte Preta, desta vez rumo ao futebol japonês, mas regressou ao clube alvinegro na metade de 2014, quando abandonou o futebol turco para comemorar mais um acesso à Série A, sob o batuta do técnico Guto Ferreira. Na metade de 2015, logo no início do Campeonato Brasileiro, ele deu novo adeus ao torcedor pontepretano, mais uma vez rumo ao futebol asiático.
Em 2017, de volta ao futebol campineiro, após sair do Bahia, Renato Cajá viveu dois momentos opostos na Ponte Preta, começando a temporada com a conquista de mais um vice-campeonato paulista, desta vez com derrota para o Corinthians na final, e terminando o ano com o rebaixamento à Série B, com derrota por 3 a 2 de virada para o Vitória, no fatídico jogo marcado pela expulsão do zagueiro Rodrigo e pela invasão de torcedores ao gramado ao apito final.
Após encerrar a quinta e última passagem pela Ponte Preta, a única sem participar de nenhuma campanha de destaque, em 2019, Renato Cajá retornou ao Juventude e conquistou dois acessos nacionais consecutivos, levando o clube gaúcho da Série C à Série A em apenas duas temporadas, entre 2019 e 2020.
O meio-campista quase adicionou mais um acesso ao currículo no ano passado, quando defendeu o CSA e marcou quatro gols na Série B. A equipe alagoana terminou o torneio em 5º lugar, com 62 pontos, a apenas dois do acesso, sob o comando do técnico Mozart, atualmente no Guarani.
Paraibano, natural de Cajazeiras, daí o apelido, Renato Cajá também disputou as duas mais recentes edições do Campeonato Paulista, antes de pendurar as chuteiras. No ano passado, defendeu a Ferroviária e marcou dois gols, ajudando a equipe de Araraquara a chegar até as quartas de final. Já no início desta temporada, vestiu a camisa da Inter de Limeira e ajudou o time a escapar do rebaixamento à Série A2. A Ponte Preta, por outro lado, não conseguiu se salvar.
Última vitória da Ponte sobre o Vasco
O anúncio da despedida de Renato Cajá dos gramados aconteceu às vésperas do duelo entre Ponte Preta e Vasco, marcado para o noite desta terça-feira (9), às 20h30, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
Curiosamente, a Macaca não derrota o Cruzmaltino desde 2015, quando o meia Renato Cajá iniciou a jogada do primeiro gol, marcado pelo atacante Diego Oliveira, e deu assistência para o terceiro, anotado pelo centroavante Borges, na vitória por 3 a 0, no dia 3 de junho de 2015, em pleno Estádio São Januário, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o zagueiro Tiago Alves também balançou o barbante. Renato Cajá não foi às redes, mas cobrou uma falta no travessão, além da participação em dois dos três gols.
Naquela temporada, o Cruzmaltino acabou rebaixado e a Macaca alcançou a sua melhor campanha na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, com 51 pontos, na 11ª posição. Sem Cajá, a equipe alvinegra superaria a marca logo no ano seguinte, terminando na oitava colocação, com 53 pontos, na edição de 2016.