Campinas está sintonizada com o Dia da Árvore e a chegada da Primavera, que são celebradas nesta quarta (21) e quinta-feira (22), respectivamente. A cidade consolidou os avanços em políticas ambientais nesses dois anos de gestão do prefeito Dario Saadi e hoje é até referência na área entre países europeus. Numa entrevista exclusiva ao Hora Campinas, o secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, falou sobre esses avanços, destacando que a assinatura por parte da Prefeitura neste mês de acordos ambientais oficializa o compromisso de Campinas em se desenvolver de forma sustentável.
A chamada carta de Campinas “Compromisso para Cumprimento dos Acordos Ambientais sobre Clima, Resiliência e Biodiversidade” foi assinada na terça-feira da semana passada por Dario Saadi. O documento traz diretrizes para a elaboração de um plano de ação intersetorial até o fim de 2022, com ações municipais alinhadas com iniciativas do Estado de São Paulo.
Segundo Menezes, a ação intersetorial já é uma realidade em Campinas. “Hoje, todos os setores da gestão estão conectados e levam em conta a questão ambiental em suas ações de desenvolvimento. Isso exige uma sintonia entre todas as secretarias, algo difícil de se estabelecer, mas que estamos alcançando”, afirma. Race to Zero, Race to Resilience, Acordo Ambiental São Paulo e a Declaração de Edimburgo são os acordos dos quais Campinas faz parte agora.
Parques Lineares
Campinas trabalha atualmente em 17 frentes ligadas ao desenvolvimento sustentável. E a implantação e projeção dos Parques Lineares estão entre as principais ações, com repercussão internacional (veja o vídeo abaixo). “A Comunidade Econômica Europeia escolheu o projeto dos Parques Lineares da cidade como uma das dez melhores iniciativas em sustentabilidade urbana”, revela o secretário.
Os Parques Lineares são espaços que alinham a recuperação e preservação do meio ambiente com práticas de lazer e esporte. A projeção é instalar 49 na cidade. O Vila Garden, no Parque Industrial, com 66 mil metros quadrados de verde, e o Ribeirão das Pedras, na Vila Miguel Vicente Cury, já são uma realidade.
Um no entorno do Shopping Galleria está em processo de instalação. E nove ainda dependem de empreendimentos imobiliários, já aprovados pela Prefeitura, em ações que contarão com recursos da iniciativa privada.
“O Vila Garden é uma prova de que o projeto é viável também no ponto de vista econômico”, aponta Menezes. “O parque atraiu compradores no empreendimento”, justifica, lembrando que o córrego da área verde antes era um poço de entulho e lixo. “Hoje, o local oferece uma paisagem linda para os moradores.”
Educação ambiental
Os Centros de Educação Ambiental também são iniciativas destacadas pela gestão. Neles há programas permanentes de ensino para estudantes, que contam com transporte e alimentação fornecidos pela Prefeitura para a visitação. São quatro centros implantados (Estação Ambiental de Joaquim Egídeo, Mata de Santa Genebra, Bosque dos Jequitibás e o Centro de Conhecimento da Água). O Serra D’Água, no Sítio Santa Rosa, pertencente à Guardinha, está prestes a ser inaugurado oficialmente, depois de ter sua instalação registrada no Diário Oficial. E há também um espaço na região do Campo Grande que entrará em funcionamento em 2023.
A região do Campo Grande, aliás, está na mira da Prefeitura em função do seu déficit ambiental. Segundo Menezes, a região tem hoje 6 metros quadrados de área verde por habitante. Seria necessário o dobro da área para atingir a recomendação mínima da Organização das Nações Unidas.
“A média de Campinas hoje é de 87 metros quadrados de área verde por pessoa”, informa o secretário. “Mas a desigualdade ambiental é tão grande quanto a desigualdade social. Quem mora na região do Taquaral ou nas proximidades do Parque Ecológico, por exemplo, está numa situação diferente de quem mora no Campo Grande ou Ouro Verde”, destaca. “São regiões densamente povoadas, com 450 mil habitantes”, contabiliza, enfatizando que a instalação dos Parques Lineares será uma alternativa para suprir esse déficit ambiental na região.
Plantio de árvores
Uma das ações da Prefeitura nesta quarta-feira (21), Dia da Árvore, está voltada para a região do Campo Grande, onde o Departamento de Parques e Jardins iniciará a plantação de aproximadamente 5 mil mudas de árvores nativas da flora brasileira em calçadas. “Todas foram doadas pela CPFL”, diz o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, que pretende concluir o trabalho de plantio até março. “Convido os moradores do Campo Grande a se engajarem nessa atividade”, diz. “Árvore drena a água da chuva, elimina gases tóxicos do meio ambiente e acolhe a fauna”, destaca.
Segundo Paulella, a ideia é fechar o ano com 100 mil mudas plantadas em áreas públicas na gestão Dario Saadi. De acordo com levantamento não oficial da secretaria, Campinas conta hoje em praças e calçadas com cerca de 1 milhão de árvores adultas.
Outra frente de plantio está ligada ao projeto Construtores de Florestas Urbanas/Gênesis. Pertencente à Fundação José Pedro de Oliveira, que administra a Mata Santa Genebra, o projeto já foi responsável pela plantação de 16 mil mudas em dois anos.
“Temos cerca de 16 ilhas na cidade que são pequenas matas Santa Genebra”, conta Cidão Santos, responsável pelo projeto. Até o final desta semana, a ideia é plantar mil árvores em diversos pontos da cidade em celebração ao início da Primavera. E chegar a um total de 26 mil até o final do ano.
Já nas Áreas de Preservação Permanente (APP), dentro da forma de plantio compensatório, que está ligada aos Termos de Compromisso Ambiental, são 470 mil árvores plantadas de 2013 até hoje.
Dentro das APP, há 32% de mata ciliar preservada e 68% de áreas degradadas, que são alvos de recuperação. Em 2000, a área vegetal em Campinas representava 3% do território. Vinte anos depois, a ocupação verde é de 14,4%.
AÇÕES EM ANDAMENTO EM CAMPINAS
♣ PROGRAMA RECONECTA – PLANEJAMENTO AMBIENTAL REGIONAL COM IMPLANTAÇÃO DE ÁREA DE CONECTIVIDADE DE 1.284 KM.
♣ PARQUES LINEARES – PROPOSTA DE 49 PARQUES LINEARES.
♣ SANEAMENTO RURAL – 234 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO E PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS.
♣ PLANO CICLOVIÁRIO – 87,9 KM DE 190 KM PREVISTOS.
♣ SISTEMA BRT – 36 KM DE CORREDORES COM TRANSPORTE MAIS EFICIENTE E DE BAIXO CARBONO (ELÉTRICO).
♣ MEU BAIRRO BEM MELHOR 2 – PAVIMENTAÇÃO E DRENAGEM EM 13 BAIRROS.
♣ PLANO DE SANEAMENTO DA SANASA – 99,83% ACESSO A ÁGUA POTÁVEL E 96,42% DE COLETA E AFASTAMENTO DE ESGOTO.
♣ USINA VERDE – COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS.
♣- ARBORIZAÇÃO URBANA DO SISTEMA VIÁRIO DO CAMPO GRANDE – PLANTIO DE CERCA DE 5.000 MUDAS.
♣ PROGRAMA CAMPINAS SOLIDÁRIA E SUSTENTÁVEL – LEI EM PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO.
♣ PROJETO GÊNESIS – 16 MIL MUDAS PLANTADAS.
♣ CONTROLE DAS CHEIAS NA BACIA DO RIBEIRÃO ANHUMAS – INVESTIMENTO DE CERCA DE R$ 600 MILHÕES EM OBRAS.
♣ 1º CENTRO DE RESILIÊNCIA DO BRASIL.
♣- INTERFACE COM O PLANO DE DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO (PDUI) DA RMC E COM O ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO (ZEE) ESTADUAL.
♣ PROGRAMA DA PRIMEIRA INFÂNCIA CAMPINEIRA (PIC).
♣ INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA DA RMC (2018) – ATUALIZAÇÃO.
♣ INFRAESTRUTURA NATURAL PARA ÁGUA EM CAMPINAS E REGIÃO – LANÇAMENTO DO ESTUDO DIA 14 DE SETEMBRO.
AÇÕES FUTURAS
♣ ELABORAÇÃO DO PLANO LOCAL DE AÇÃO CLIMÁTICA E BUSCA DE RECURSOS PARA AS AÇÕES EM DESENVOLVIMENTO.
♣ GOVERNANÇA MULTIDISCIPLINAR.
♣ TRANSPARÊNCIA NAS AÇÕES.
♣ APOIO ÀS AGENDAS REGIONAIS DE BIODIVERSIDADE E CLIMA, PRINCIPALMENTE NA RMC.