A data de 15 de fevereiro é considerada o Dia Internacional do Câncer na Infância. Criada em 2002 pela Childhood Cancer International(CCI), simboliza uma campanha global para conscientizar sobre o câncer infantil e expressar apoio às crianças e adolescentes com câncer, aos sobreviventes e suas famílias. O foco é a redução de fronteiras e o aumento do acesso aos cuidados e à cura.
Campinas tem papel relevante nesta luta por meio do trabalho exemplar do Centro Infantil Boldrini. O nome da médica Silvia Brandalise é referência internacional.
O Boldrini oferece alta tecnologia em diagnóstico e infraestrutura completa de atendimento. Diferentes linhas de pesquisa permeiam seu cotidiano, estimulando novas descobertas na oncologia e na hematologia pediátrica.
Assistência, Ensino e Pesquisa em oncologia e hematologia pediátrica, dentro de um contexto de atendimento humanizado e multiprofissional, com os mais modernos equipamentos e alta capacitação profissional. Essa é a missão do Centro Infantil Boldrini, conforme indica o seu site oficial. Cuidar humanizado e o grande papel do voluntariado são destaques do centro de Campinas.
O câncer no mundo
A cada três minutos uma criança morre de câncer; a cada ano, mais de 300 mil crianças com idades entre 0 e 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo; aproximadamente 8 em cada 10 crianças vivem em países de renda baixa e média, onde a taxa de sobrevivência é de quase 20%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Iniciativa Global para o Câncer na Infância, objetiva fazer com que esse tipo de câncer seja uma prioridade nacional e global, a fim de eliminar a dor e o sofrimento das crianças que lutam contra a doença e alcançar pelo menos 60% de sobrevivência para todas as que são diagnosticadas em todo o mundo, até 2030. Isso representa aproximadamente o dobro da taxa de cura atual, e poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças nesta década.
Os tipos mais comuns de câncer infantil são leucemias (câncer dos tecidos produtores de sangue), linfomas (câncer do sistema linfático) e tumores cerebrais.
Enquanto muitos cânceres adultos têm sido associados a questões ambientais, ocupacionais ou de estilo de vida, como dieta, álcool e tabagismo, as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), crianças com os sintomas abaixo apresentam sinais de alerta para o câncer infantil e devem ser avaliadas por um médico:
♦ palidez, hematomas ou sangramento;
♦ caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção;
♦ perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos;
♦ alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
♦ inchaço abdominal;
♦ dores de cabeça, especialmente se for incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
♦ dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
♦ fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento;
♦ tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação.
Papel dos jovens pesquisadores
O Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, celebrado neste 15 de fevereiro, simboliza uma campanha global para conscientização e para expressar apoio às crianças, adolescentes e suas famílias. Em virtude da data, o Centro Infantil Boldrini reforça a importância da pesquisa para impulsionar a busca de novos tratamentos contra o câncer pediátrico e, consequentemente, do incentivo aos jovens pesquisadores na área.
O Centro de Pesquisa Boldrini, maior Centro de Pesquisa em Oncologia Pediátrica da América Latina, é exemplo desse estímulo, e tem como uma de suas metas primordiais contribuir para a atração e retenção de talentos interessados na investigação do câncer da criança e adolescente, buscando reverter no País uma tendência de perda de pesquisadores brasileiros promissores para o Exterior.
Essa tendência é altamente corrosiva para a consolidação da ciência e tecnologia nacionais.
Mikaela Teodoro, de 21 anos, faz parte da equipe do CPB, onde está realizando seu projeto de iniciação científica. “Meu objetivo sempre foi envolver a pesquisa com fatores que me fizessem contribuir com a sociedade de alguma forma, e a área da saúde, especificamente do câncer pediátrico, foi algo que me motivou. Afinal, conhecer de perto o que a pesquisa pode fazer pelos pacientes, para melhorar os índices de cura, me instiga diariamente a estar aqui”, ressalta a jovem.
Já Samara Sousa Mariano, de 25 anos, que está no Centro de Pesquisa desde 2020, mostra a importância de ter um propósito para atuação com foco em pesquisa.
“É uma dedicação de tempo extremamente importante e, quando há uma motivação maior e colocamos amor naquilo, o percurso fica mais fácil”, conta.
Atualmente, estão sendo desenvolvidos 39 projetos nacionais e 2 internacionais no Centro de Pesquisa Boldrini, além de doutorados, mestrados e iniciações científicas que representam avanços significativos relacionados ao conhecimento dos cânceres que acometem as crianças e adolescentes e seus respectivos tratamentos.
Fontes: Childhood Cancer International (CCI), Instituto Nacional de Câncer, Kids Cancer Care – Canadá e World Health Organization