Após a vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia na estreia, com grande atuação e dois gols do atacante Richarlison, incluindo um golaço de voleio, na última quinta-feira (24), a Seleção Brasileira agora tenta derrotar a Suíça, mesmo com as ausências do craque Neymar e do lateral-direito Danilo, que estão fora do restante da primeira fase por motivo de lesão. O duelo acontece nesta segunda-feira (28), às 13h (horário de Brasília), no Estádio 974, em Doha, capital do Catar, pela 2ª rodada do Grupo G da Copa do Mundo de 2022.
Em busca de mais um resultado positivo para encaminhar ou até confirmar a classificação antecipada às oitavas de final, o Brasil terá que quebrar a escrita de nunca ter vencido a Suíça no maior campeonato de futebol do planeta. Esse será o terceiro encontro entre as duas seleções na história dos Mundiais, todos pela primeira fase. Na Copa de 1950, no Brasil, houve empate em 2 a 2, no Pacaembu, em São Paulo. Em 2018, na Rússia, novo resultado de igualdade, desta vez por 1 a 1, em Rostov. Essas foram as únicas partidas oficiais entre Brasil e Suíça na história do confronto.
No retrospecto geral, contando jogos oficiais e amistosos, o Brasil enfrentou noves vezes a Suíça e, pasmem, venceu apenas três, além de quatro empates e duas derrotas. Bastante equilíbrio!
A última vitória do Brasil sobre a Suíça aconteceu há 16 anos, no dia 15 de novembro de 2006, seis meses depois da eliminação para a França, nas quartas de final da Copa do Mundo, na Alemanha. Já o primeiro triunfo sobre o adversário dos Alpes ocorreu no dia 20 de dezembro de 1980, em jogo amistoso realizado no antigo estádio José Fragelli, em Cuiabá, que terminou com o placar de 2 a 0 a favor do Brasil, com gols de Sócrates e Zé Sérgio.
Entre os titulares naquela partida, estava o atacante Renato Morungaba, nascido na região de Campinas, revelado no Brinco de Ouro e campeão brasileiro com o Guarani em 1978, formando dupla de ataque com Careca.
Renato Morungaba vestiu a amarelinha pela primeira vez em 1979, sendo convocado pelo técnico Telê Santana quando ainda atuava pelo Bugre, e acumulou mais convocações entre 1980 e 1981, época em que já defendia o São Paulo, o que o credenciou a integrar o elenco brasileiro na Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Reserva de Zico, ele não entrou em campo nenhuma vez, ficando no banco de reservas durante toda a competição.
Mesmo com o retorno de Telê ao comando da Seleção em 1985, Renato Morungaba não participou do Mundial de 1986, no México, mas depois voltou a ser convocado pelo técnico Carlos Alberto Silva, justamente o responsável pelo título brasileiro do Guarani, e se despediu da amarelinha em 1987, quando estava no Atlético-MG.
Gol de Careca e estreia de Abobrão com a amarelinha
No confronto seguinte contra a Suíça, ocorrido no dia 16 de junho de 1983, no estádio St. Jakob-Park, na Basiléia, veio o primeiro e único triunfo brasileiro sobre o adversário em território rival: 2 a 1, novamente com gol de Sócrates e outro de Careca, que cinco anos antes havia sido o autor do gol do único título brasileiro do Guarani, desbancando o Palmeiras com vitória por 1 a 0, no Brinco de Ouro.
Confira abaixo o gol de Careca que garantiu a vitória brasileira de virada por 2 a 1 sobre a Suíça em 1983:
Um dos maiores atacantes da história do futebol brasileiro, formado no Guarani, Careca havia acabado de chegar ao São Paulo, onde brilharia com direito à conquista de mais um título brasileiro, marcando gol decisivo sobre o Bugre dentro do Brinco de Ouro.
Assim como Renato Morungaba, como que formou a dupla de ataque campeã brasileira pelo Guarani em 1978, Careca debutou na Seleção quando ainda atuava pelo Bugre, em 1982. Depois, como atleta do São Paulo e posteriormente do Napoli, onde fez história ao lado do craque argentino Maradona, Careca participou das Copas do Mundo de 1986 e 1990, com direito a sete gols marcados na competição de futebol mais importante do planeta.
Entre outros jogadores presentes naquela partida contra a Suíça há quase 40 anos, havia um atleta da Ponte Preta: Edson Boaro, também conhecido como Edson Abobrão, apelido que ganhou nos tempos de Majestoso por causa dos meiões cor abóbora que utilizava nos treinos.
O lateral-direito, que defendeu a Macaca entre 1978 e 1983, havia estreado alguns dias antes com a camisa da Seleção Brasileira, saindo do banco de reservas na vitória por 4 a 0 sobre o Portugal, em amistoso realizado em Coimbra.
Na sequência, foram dois jogos sendo escalado como titular pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Além da vitória sobre a Suíça, Boaro também saiu jogando no empate em 3 a 3 com a Suécia, em Gotemburgo.
Após se transferir para o Corinthians, em 1984, Edson Boaro voltou a receber oportunidades na Seleção Brasileira, sendo convocado pelos técnicos Edu Antunes, Evaristo de Macedo e Telê Santana, que o incluiu na lista para a Copa do Mundo de 1986, no México
Ao todo, Edson Boaro disputou 19 partidas com a camisa da Seleção Brasileira, entre 1983 e 1986, incluindo participação na Copa do Mundo de 1986. Ele é um dos 12 jogadores com passagem pela Macaca que disputaram pelo menos uma edição de Mundial, ao lado de Dadá Maravilha, Jorge Mendonça, Waldir Peres, Carlos, Oscar, Polozzi, Chicão, Juninho Fonseca, André Cruz, Mineiro e Luís Fabiano.
Naqueles tempos, a Ponte Preta carregava uma tradição recente de emplacar jogadores na Seleção Brasileira, visto que o goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi disputaram a Copa de 1978. Em 1982, no Mundial da Espanha, a Macaca foi representada novamente por Carlos, além do zagueiro Juninho Fonseca.
O zagueiro Nenê Santana não chegou a disputar uma edição de Copa do Mundo, mas foi convocado seis vezes pelo técnico Telê Santana no início dos anos 80.