O papa Francisco condenou neste domingo, 24 de março, durante a oração do Angelus, o “vil ataque terrorista” da última sexta-feira em Moscou, que causou pelo menos 133 mortos, descrevendo-o como “um ato desumano que ofende a Deus”.
“Empenho as minhas orações pelas vítimas do vil ataque terrorista perpetrado em Moscou. Que o Senhor os acolha em paz e conforte as suas famílias”, disse o pontífice, após a missa do Domingo de Ramos, diante dos mais de 25 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
Francisco também expressou a esperança de que “isso converta os corações daqueles que protegem, que organizam e praticam esses atos desumanos que ofendem a Deus, que ordenou ‘Não matarás’”.
O apelo do papa, que leu o texto embora durante a missa anterior do Domingo de Ramos tenha decidido não fazer a homilia, coincide com o dia de luto que a Rússia vive hoje pelas vítimas do ataque à popular sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores da capital russa.
Segundo os últimos dados divulgados pelas autoridades, o ataque terrorista provocou pelo menos 133 mortos, incluindo três crianças, e 152 feridos.
A maioria dos feridos está hospitalizada e quase 50 está em estado grave.
Desde as primeiras horas da manhã, os moscovitas levam flores ao local do ataque, na cidade de Krasnogorsk, a cerca de 20 quilómetros do centro da capital russa.
Um grupo de homens armados invadiu na sexta-feira a sala de espetáculos Crocus City Hall, em Krasnogorsk, nos subúrbios de Moscovo, abrindo fogo sobre os presentes no auditório.
Ao tiroteio seguiram-se várias explosões de bombas que provocaram um grande incêndio e dificultaram a retirada do público.
O grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, afirmando que este se insere no contexto da “guerra violenta” entre o grupo e “os países que lutam contra o Islã”.
As autoridades ucranianas negaram, desde a primeira hora, qualquer envolvimento no ataque.
Domingo de Ramos
O papa Francisco não leu neste domingo (24) a homília que preparou para a missa do Domingo de Ramos, celebração eucarística que abre os ritos da Semana Santa e que reuniu mais de 25 mil fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Na abertura da cerimónia, o pontíficie mostrou uma voz cansada e no final da leitura do Evangelho, quando se esperava a homilia, manteve um prolongado silêncio, após o qual se passou diretamente ao credo.
A decisão do papa, que preferiu não ler a homilia para deixar um tempo de reflexão pessoal, foi totalmente inesperada, já que estava previsto que o fizesse no Domingo de Ramos e surpreendeu todos ao não o fazer.
Há mais de três semanas, o papa Francisco teve uma gripe e seguiu com a agenda, mas não pôde ler em várias ocasiões e cansa-se ao ler discursos mais longos.
Na quarta-feira, durante uma audiência geral, Francisco não leu a catequese preparada, o que foi feito por um colaborador e justificou: “Não posso”, numa referência aos problemas respiratórios que mantém.
A praça estava decorada com os ramos de oliveira e as palmas que os fiéis, religiosas e membros da Cúria transportaram em procissão antes da missa, recordando a entrada triunfal, em Jerusalém, de Jesus da Nazaré.
Antes da missa, realizou-se a procissão, que primeiro se dirigiu ao obelisco central da praça de São Pedro, onde foram recebidas as palmas, num dos rituais mais antigos do catolicismo, que data do século III.
(Agência Lusa News)