Zapeando pela internet, dei de cara com uma frase que me chamou a atenção. Ela dizia o seguinte: “o vício pela tecnologia pode acabar com a carreira profissional de muita gente”.
Curioso pela afirmação, fui ler mais sobre o assunto é me deparei com um texto direto e coerente de Davi Lago e Augusto Jr., ambos professores e pesquisadores das temáticas voltadas ao mundo corporativo e suas relações interpessoais.
A ideia central do artigo é bem conhecida, mas ignorada por quase todo mundo. Dar mais atenção ao celular do que às relações da equipe pode provocar sérios danos ao ambiente de trabalho e prejudicar a credibilidade dos profissionais.
Segundo Davi e Augusto, dois conceitos relativamente novos são os maiores responsáveis por esse novo desafio “dentro” das empresas: nomofobia e phubbing.
Por definição, a nomofobia é a sensação de nervosismo, mal-estar, ansiedade e, até mesmo, angústia por não ter acesso imediato ao seu próprio smartphone. A origem da palavra, que existe desde 2008, vem da contração do termo em inglês “No Mobile Phone Phobia” e vem sendo utilizado para caracterizar a dependência tecnológica e digital das pessoas.
Como tudo na vida, o exagero não é bom. Pessoas que nunca se desconectam de seus telefones ficam aflitas só de pensar em bateria acabando, em falta de carregador, em ausência de tomada ou lugar sem internet. A importância dada ao mundo virtual é desproporcional quando comparada aos outros temas da vida cotidiana.
Como está sua relação com o smartphone?
O outro termo, phubbing, é um parceirão da nomofobia e todo mundo já fez ou sofreu as suas consequências em algum momento. Sabe quando a gente ignora uma pessoa do nosso lado para mexer no celular? Então, a junção da palavra “phone” [telefone] e “snnubing” [esnobar], criada em 2013, é o que fazemos nesta situação.
No phubbing, a pessoa literalmente “desaparece” da interação social real e mergulha no mundo virtual.
Como você pode imaginar, ambos os termos são prejudiciais no ambiente profissional [no pessoal também!], pois minam as relações, prejudicando a confiança, a satisfação e a performance dos funcionários. Ou seja, mais do que uma possível “falta de educação”, o vício digital e a dependência tecnológica prejudicam o ambiente de trabalho como um todo.
O resultado é um ciclo vicioso, pois aquele que é ignorado se sente do direito de ignorar também. O final da história você conhece: não tem fim.
Você tem “desaparecido” muito nas suas relações pessoais?
No artigo, Davi e Augusto trazem algumas sugestões para minimizar o impacto destas “patologias” modernas na carreira:
#1. Reassumir o controle do seu smartphone. Controle seu telefone, não o contrário.
#2. Organizar melhor a quantidade de tempo que utilizará o smartphone.
#3. Estar presente. Nada pode arruinar mais uma reputação profissional do que a quebra de confiança.
Flávio Benetti é professor, palestrante, publicitário e especialista em Comunicação interna e endomarketing. Considera-se um cara apaixonado pela vida, curioso por natureza, fã de tecnologia, design e fotografia