Estudantes do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Clemente Pavan, em Hortolândia, estão fazendo a arrecadação de absorventes íntimos e produtos de higiene feminina, destinados a meninas de baixa renda.
O projeto – chamado de CICLOMS (Ciclo Menstrual Seguro) – nasceu em sala de aula para atender a tarefa da disciplina Eletiva, cujo desafio proposto aos alunos era criar uma ação social e colocá-la em prática.
Nessa primeira etapa do projeto, os absorventes e produtos de higiene arrecadados serão doados para meninas em situação de vulnerabilidade social atendidas pela entidade Casa Betânia da Paz, em Hortolândia.
As doações podem ser entregues no próprio colégio, de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h, localizado na Rua Benedito Leite, 180, Jd. Santa Izabel. A arrecadação vai até o dia 10 de dezembro. Além dos absorventes, podem ser doados outros produtos de higiene feminina como sabonete, papel higiênico e xampu.
O Projeto CICLOMS foi desenvolvido por um grupo de sete alunos, do 1º ano do Ensino Médio, com orientação da professora Andressa Crevelaro, docente da disciplina Eletiva.
“Nosso objetivo é levar recurso de higiene menstrual para meninas em estado de vulnerabilidade menstrual, já que milhares dessas pessoas não têm acesso a produtos de higiene e saneamento básico”, diz a estudante Isabela Soares Rodrigues dos Santos, que realiza o projeto com os colegas Lara, Maria Clara, Raphael, Ana Beatriz, Giovana e Eyshila.
A professora Andressa destaca que a metodologia trabalhada no novo Ensino Médio proporcionou aos alunos uma reflexão sobre os atos enquanto cidadãos. “Temas que ressaltam a importância de pensar no futuro, estimulando o pensamento crítico e social é prioridade quando se trabalha com adolescentes”, avalia Andressa.
Além de arrecadar os itens de higiene feminina, a campanha CICLOMS busca conscientizar a população sobre a pobreza menstrual, que é a falta de itens básicos durante a menstruação, seja por falta de informação ou de dinheiro para comprar os absorventes, um caso de saúde pública em todos os municípios do Brasil.
Nacional
Levantamento nacional, inédito, coordenado pela antropóloga Mirian Goldemberg, revelou que uma em cada quatro jovens já faltou à aula por não poder comprar o absorvente.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, 25% das meninas entre 12 e 19 anos deixaram de ir à aula alguma vez por não ter absorventes.