O ar seco tem castigado várias regiões do Brasil. Neste período, muitos incômodos, podem acontecer, como garganta seca, irritação nos olhos e nariz, alergias respiratórias, ressecamento da pele, e em alguns casos, sangramento pelo nariz. Durante a prática esportiva outdoor, podem ocorrer ainda desidratação e hipertermia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que índices da umidade do ar inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um aviso de alerta de baixa umidade que atingirá quase todo o estado de São Paulo nos próximos dias. O estado ficará em perigo potencial, com umidade relativa variando entre 30% e 20%.
Os horários de maior risco serão entre às 11h e 19h. O Inmet recomenda que a população beba bastante água, evite desgaste físico e exposição nas horas mais quentes do dia.
Além de São Paulo, a baixa umidade irá atingir os estados de Minas Gerais, Goiânia, Tocantins Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Piauí e Bahia. O registro mais baixo da umidade relativa do ar aconteceu no dia 14 de agosto de 2019, quando a medição marcou 10% e atingiu recorde histórico. Até então, o pior índice havia sido registrado em 10 de setembro de 1981, com 13%, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A profissional de Educação Física Vivi Guareze e o nutricionista Mario Feijó, especialistas da Bodytech Iguatemi Campinas, selecionaram algumas dicas para ajudar a amenizar os efeitos do tempo seco para aqueles que desejam manter a atividade física durante este período do ano:
Melhor horário para treinar
O ideal, durante o período seco, é treinar em ambientes fechados, onde a temperatura ambiente é controlada e se pode contar com a ajuda de profissionais especializados. Se a opção for o treino outdoor, a melhor é realizar a atividade antes das 9 horas ou depois das 17 horas.
Não corra ou faça exercícios perto de carros, pois os níveis de poluentes são muito altos nos corredores de tráfego; a melhor opção são os parques.
“Durante a atividade física, o corpo necessita da sudorese para controlar a elevação da temperatura corporal. A baixa umidade do ar faz o suor evaporar rapidamente, e acarretando um desequilíbrio e causando desidratação e fadiga. É importante prestar atenção aos sinais enviados pelo corpo: se sentir qualquer alteração no ouvido, na garganta ou no nariz durante o exercício, pare a atividade imediatamente. Tenha cuidado redobrado!”, orienta Vivi.
Cuidados com o treino
♦ Utilize boné, protetor solar, óculos de sol e qualquer outro acessório que possa te ajudar a evitar contato direto da pele com o sol.
♦ Realize atividade física bem cedo pela manhã ou após o pôr do sol, assim você evita alta exposição aos raios UV.
♦ Use roupas leves e de cores claras; camisas de poliamida são as mais indicadas para a prática de atividade física.
♦ Retome gradualmente a atividade física; o uso da máscara é um desafio constante.
♦Esfrie as extremidades do corpo como o pescoço e o pulso utilizando água. Não jogue água diretamente na cabeça para evitar um choque térmico.
♦ Evite lugares com muitas pessoas, pois aglomerações, serem contraindicadas nesse momento, produzem ainda mais calor.
Hidratação e Alimentação
Todos sabem que é importante ter uma alimentação saudável e balanceada para manter o bom funcionamento do corpo. Para tanto, é necessário incluir no cardápio verduras, legumes e frutas. Durante o período de baixa umidade do ar, é essencial redobrar os cuidados com a hidratação.
“Beba muita água, ela ajuda a eliminar substâncias indesejadas e toxinas do organismo. Vale lembrar que não é necessário sentir sede para beber água. A dica é: tenha sempre uma garrafa com água por perto para não ter desculpa ou deixar para depois. A sede é o primeiro sintoma da desidratação. Falta de água no organismo pode causar fraqueza, tontura, fadiga e dor de cabeça. Outro efeito causado pela desidratação é a diminuição do volume de sangue no corpo, o que pode alterar o funcionamento do coração”, alerta Feijó.
Dicas do especialista
♦ Mantenha o corpo hidratado, beba água (um bom cálculo é 0,35l por kilo de peso). É possível variar o consumo com a inclusão de água flavorizada (com especiarias, gengibre) ou chás de sachê ou infusão sem adição de açúcar ou adoçante;
♦ Fique longe de bebidas com ação diurética, já que elas podem potencializar quadros de desidratação.
♦ Consuma muitos vegetais, legumes e frutas. Invista em alimentos ricos em betacaroteno (eles contêm vitamina A, C, aumentam a imunidade e são hidratantes naturais): laranja, beterraba, abóbora, couve, espinafre, nabo, repolho, damasco, cenoura e batata doce.
♦ Evite alimentos gordurosos (são de difícil digestão) e não exagere no consumo de proteínas (em especial carne vermelha) para diminuir chance de desconfortos gastrointestinais;
♦ Em casos extremos, é necessária a reposição de sais minerais; uma boa opção são os repositores hidroeletrolíticos ou snacks que tenham quantidade adequada de carboidrato e/ou sódio de acordo com as condições do seu treino.
♦ Procure sempre um profissional, ele pode te ajudar muito a ter um melhor desempenho.