Férias é sinônimo de diversão. E as brincadeiras, mais do que distrações, podem se tornar um bom meio de aprendizado para as crianças durante esse período, de acordo com especialistas. Um estudo intitulado “Buenos días creatividad!” (Bom dia criatividade, em português), por exemplo, traz dados que reforçam a importância do estímulo à criatividade nos primeiros anos de vida.
De acordo com o estudo, realizado pela Fundación Botín, da Espanha, uma educação rica em artes na infância pode aumentar em 17,6% as chances de uma criança ingressar no ensino superior e conseguir um bom emprego na vida adulta.
“O brincar é a base do processo criativo e a ferramenta de trabalho da criança”, explica o psicopedagogo e especialista em educação infantil de Campinas, Junior Cadima. “É por meio das brincadeiras que ela vai desenvolver o raciocínio, a capacidade de resolver problemas e o planejamento”, completa.
Segundo Cadima, cabe aos pais e aos professores investirem em ações que estimulem a capacidade criativa nas crianças, sempre levando em conta o contexto e a idade de cada uma. Pensando nisso, ele sugere algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento motor, social e cognitivo, tanto no ambiente escolar quanto em casa. Conheça algumas delas:
Faz de conta
Uma das brincadeiras que estimulam bastante a imaginação das crianças é o brincar de faz de conta. Um exemplo: brincar que está fazendo comida. “Oferecer panelas e talheres de brinquedo para a criança reproduzir uma situação de fazer comida é uma forma efetiva de provocar sua criatividade. Com a imaginação, ela reproduz e externaliza uma situação que já viu, como a do adulto cozinhando. A partir dessa experiência, ela levará isso para a realidade dela”, explica o especialista.
Desenho
Uma outra proposta que gera aprendizado é o desenho. Explorar materiais diferentes, como giz de cera, tinta guache, canetinhas e lápis de cor ajudam a aguçar a imaginação e, por consequência, a criatividade. “Essa é uma ótima estratégia”, diz o especialista.
Quebra-cabeça
Montar um quebra-cabeça também é indicado. Seja ele de poucas peças, para crianças menores, ou de mais peças, para crianças maiores. Trata-se de uma atividade que propõe a resolução de um problema: encaixar as peças até alcançar o objetivo final, que é completar a figura. “O Tangram, por exemplo, é um tipo diferente de quebra-cabeça e bastante específico. É um jogo chinês antigo, formado por 7 peças (5 triângulos, 1 quadrado e 1 paralelogramo), que desafia os jogadores a formar inúmeras figuras. Usá-lo pode ser uma excelente estratégia para o desenvolvimento”, sugere o professor.
Blocos
Sejam de encaixe, de montar ou de empilhar, os blocos também são ótimos aliados para potencializar o senso criativo. De diferentes cores e tamanhos, os blocos são recursos muito usados nas escolas para desenvolver a coordenação motora e o raciocínio lógico, além de outras aptidões, como a concentração, a imaginação e a atenção.