A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, apresentou nesta terça-feira (6) um novo projeto de lei da imigração, para facilitar as expulsões de ilegais e tornar o processo de asilo mais ágil, com críticas da esquerda e da direita.
“Uma política zero de imigração não é desejável nem possível, tal como não é possível uma imigração desregularizada”, afirmou a primeira-ministra francesa na Assembleia Nacional, onde começou a ser discutido um projeto de lei do Governo que visa reformar a política de imigração.
Entre as propostas avançadas pela chefe do Governo está a atribuição de um visto temporário de um ano para os migrantes sem documentos que já trabalham em setores onde há necessidade de mão de obra.
O Governo promete ainda reformar os governos civis, responsáveis pela gestão regional dos vistos atribuídos aos estrangeiros, com uma renovação automática dos vistos longos.
Também o direito de asilo, que em média em França é um processo que demora cerca de um ano, será reformado, com processos mais rápidos e maior assistência, com mais alojamentos e menos burocracia.
Quanto às expulsões, o processo também será mais simples. Todos os crimes graves cometidos por estrangeiros em França vão levar à expulsão automática do país; também todas as pessoas que não tenham direito ao asilo serão expulsas.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, aproveitou para criticar a esquerda, dizendo que querer uma política de imigração aberta é “dar argumentos aos passadores e traficantes de pessoas”.
Mathilde Panot, da França Insubmisa (esquerda), defendeu que a lei apresentada pelos Governo é “xenófoba” e visa apenas captar mão-de-obra barata para os patrões franceses.
Do outro lado do espectro político está Marine Le Pen, líder da União Nacional, que condenou o “desvio da lei do asilo” e a “bagunça” com a Itália no tratamento dos migrantes do Ocean Viking.
O Governo tem até março para convencer deste projeto de lei a direita francesa, nomeadamente Os Republicanos, de forma a ser aprovada.
Na próxima semana, esta lei será discutida no Senado, depois no Conselho Constitucional, sendo depois apresentada no início do ano em Conselho de Ministros.