O assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi destaque numa reunião às portas fechadas do Conselho de Segurança que esta quinta-feira (8) teve um informe da representante especial do secretário-geral no país Helen La Lime. A também chefe do Escritório Integrado da ONU no Haiti, Binuh, anunciou que o embaixador haitiano junto à organização solicitou apoio internacional para as investigações. Ela advertiu que esse pedido deve ser levado a sério pela comunidade internacional.
Face à solicitação de assistência para a investigação, La Lime disse que a missão política está disposta a ajudar com o que for preciso e nas perícias. Ela acrescentou que deve ser especificado o tipo de assistência de segurança. A enviada realçou que as próximas duas semanas serão cruciais para que as investigações ocorram e os culpados sejam levados à justiça.
A representante frisou que pelo menos seis pessoas foram presas e a polícia haitiana trabalha arduamente para prender o “comando que entrou no complexo residencial e atacou o presidente e a esposa”. Antes da reunião do Conselho, agências de notícias informaram que as autoridades policiais anunciaram a morte de quatro suspeitos e que outros continuam foragidos.
Para a representante da ONU “é ainda muito cedo para comentar exatamente o que aconteceu” e examinar as circunstâncias em redor da violência, mas as investigações nacionais começaram e vão continuar.
La Lime considerou ainda que a situação é muito séria neste momento após o que chamou “assassinato de forma covarde”. Ela assegurou que a ONU continuará ao lado do povo do Haiti e das autoridades nacionais.
A representação da ONU trabalha “muito e de forma bastante próxima de todos os envolvidos”. La Lime elogiou a resiliência do povo haitiano “que permaneceu calmo após essa tragédia nacional”.
A chefe da Binuh disse incentivou às partes envolvidas na questão a permanecerem unidas, realçando que estas precisam “deixar de lado suas diferenças e traçar um caminho comum a seguir e para superar de forma pacífica o momento difícil”.
Na quarta-feira (7), o primeiro-ministro haitiano se encontrou com representantes da comunidade internacional e assegurou que o seu governo está empenhado no diálogo e na continuidade do processo para a realização das eleições.
De acordo com o calendário eleitoral, divulgado na semana passada, a votação para as legislativas e presidenciais será realizada em 26 de setembro deste ano.
Antes, o Conselho de Segurança condenou o assassinato “nos mais veementes termos” pedindo que os autores do crime hediondo fossem prontamente levados à justiça.
Aos políticos do Haiti, os 15 Estados-membros do Conselho apelaram que se abstenham de quaisquer atos de violência ou incitamento e tenham calma, contenção evitando atos que piore a instabilidade.
O Conselho pediu diálogo e reafirmou sua determinação em monitorar a situação em curso reiterando que é essencial “respeitar o Estado de direito e garantir a segurança das pessoas e operações da ONU” no Haiti. (Agência ONU News)