Uma greve nacional dos pilotos e comissários de voo que atuam nas principais companhias aéreas do país está prevista para acontecer a partir desta segunda-feira (19). A decisão de cruzar os braços foi tomada em assembleia geral da categoria na última quinta (15), segundo informou o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A entidade que representa as empresas aéreas afirmou que está negociando com pilotos e comissários para garantir que os voos aconteçam normalmente.
A greve, segundo o sindicato, vai impactar as operações dos maiores aeroportos do país e em estados com grande movimentação de passageiros. Na lista estão os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo; Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Viracopos, em Campinas; além dos terminais de Brasília, Porto Alegre, Confins (MG) e Fortaleza.
A paralisação deve ocorrer por tempo indeterminado sempre das 6h às 8h. A medida deve gerar um efeito cascata de atrasos e possíveis cancelamentos de voos.
Negociações
O motivo para a greve, segundo a categoria, é a “frustração das negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho”. O acordo ainda está em discussão entre os sindicatos dos trabalhadores do setor e das empresas aéreas. A greve não atingirá voos com órgãos para transplante, vacinas ou pacientes em atendimento médico, assegurou o SNA.
Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de um ganho real nos salários e benefícios. O sindicato da categoria argumenta que os altos preços das passagens aéreas têm gerado crescentes lucros para as empresas. De janeiro a outubro deste ano, por exemplo, o preço médio das passagens subiu 35%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os profissionais do setor aéreo reivindicam ainda melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.