O presidente do Guarani, Ricardo Moisés, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (24) e defendeu a continuidade do Campeonato Paulista em meio ao agravamento da pandemia da Covid-19 no estado de São Paulo. O mandatário alviverde também explicou o motivo de apoiar a Federação Paulista de Futebol (FPF), junto com São Paulo, Ituano, Inter de Limeira, São Bento, Mirassol e Novorizontino, em busca de uma liminar na Justiça que autorize a realização dos jogos do campeonato estadual.
“A situação realmente é muito delicada no país, mas o Guarani votou pela judicialização da paralisação por eu ser advogado. Debati isso também no Conselho de Administração e qualquer decisão final em uma situação como essa demanda tempo. Então, por mais que essa ação dos clubes tenha êxito em primeira instância, pode haver recursos e isso pode ser revogado, uma decisão favorável, e depois um recurso de novo para Brasília. Nossa visão é que uma decisão final nessa situação levaria mais de 30 dias. Então por precaução seria a entrada imediata, a visão do Guarani, até que se pacificasse o assunto em última instância”, declarou.
O presidente do Bugre também garantiu confiar no protocolo de segurança da FPF, mesmo após o surto de Covid que atingiu o Guarani na virada do ano e desfalcou a equipe na reta final da Série B do Campeonato Brasileiro. Além do elevado número de contaminados que o Alviverde teve entre dezembro e janeiro, os casos positivos também cresceram nas últimas semanas em outros clubes como Marília e Ponte Preta. O primeiro confirmou 16 infectados em testes de rotina após viagem por três estados diferentes, mais de dois mil quilômetros e quase 40 horas de ônibus. Já a Macaca teve 32 funcionários contaminados desde o início de janeiro.
“A gente reafirma a segurança do protocolo”, diz o presidente Ricardo Moisés
“Além do protocolo ser seguro, ele é muito benéfico, porque ele afasta as pessoas contaminadas, identifica essas pessoas e coloca sob cuidados de imediato. Não deixa que essas pessoas fiquem transitando nas ruas ou até mesmo que contaminem outras pessoas sem ter a ciência de que estão contaminados. E essas contaminações, é algum descuido da pessoa fora do clube ou fora da situação, da rotina diária do clube”, pontuou Moisés.
“É difícil a gente comentar sobre outros clubes. O Guarani sofreu, sim, com esse surto de Covid no retorno do jogo de São Luís, no Maranhão, contra o Sampaio Corrêa. Mas essa contaminação aconteceu fora do clube. Nós permitimos a todos que estavam envolvidos na viagem visitarem seus parentes, irem para suas casas, pois era véspera de Natal, era 23 de dezembro, e se reapresentarem no clube dia 26. Aí foi o início da contaminação e do surto no Guarani. Com relação aos outros clubes eu não sei informar, mas isso demonstra novamente que o protocolo é seguro, porque caso não houvesse essa liberação e eles estivessem dentro do clube, não teria ocorrido esse surto”, completou.
De acordo com Ricardo Moisés, o Guarani mantém conversas com a FPF e, a princípio, volta a campo na próxima quarta-feira, dia 31 de março, diante da Ferroviária. O clube vem treinando normalmente no Brinco de Ouro da Princesa, e essa programação deve ser mantida nos próximos dias.
Segundo colocado no Grupo D do Campeonato Paulista, o Bugre soma cinco pontos e acumula uma vitória, dois empates e uma derrota nas cinco rodadas já disputadas no torneio estadual.