O Guarani celebra nesta quinta-feira (25) o aniversário de 30 anos da conquista do inédito título da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No dia 25 de janeiro de 1994, garotos que ainda começavam a trajetória no clube, como Luizão e Betinho, além do hoje treinador Alberto Valentin, levantaram no Pacaembu a taça da mais importante competição de base do Brasil.
A dramática decisão contra o São Paulo foi vencida nos pênaltis por 3 a 0, com destaque para o goleiro Pitarelli, herói da conquista ao defender as três cobranças do adversário. O tempo normal do jogo terminou 1 a 1 e a prorrogação, 0 a 0.
Então com 18 anos, Pitarelli foi decisivo na campanha do título. Para chegar à final, a equipe também contou com o goleiro após os empates por 0 a 0 e 1 a 1 contra Juventude e Londrina, respectivamente. Os dois duelos foram decididos nos pênaltis e, em cada um deles, o goleiro fez duas defesas. Contando com o desempenho na decisão, Pitarelli defendeu sete cobranças em três jogos na campanha.
“Foi um divisor de águas na minha carreira aquela conquista”, lembra o ex-jogador Pitarelli, hoje com 48 anos, que mora em São José do Rio Preto. “A partir daquele momento, fui valorizado no clube, subi para os profissionais e fiz minha trajetória no futebol”, conta.
“Naquela época, treinávamos muito cobranças depois dos jogos e treinos”, frisa o ex-goleiro. “E admito que eu tinha boa impulsão e os braços compridos. Não estudávamos os cobradores, como acontece hoje. Era na base da intuição, leitura do posicionamento do jogador para a batida”, explica Pitarelli.
A decisão
Enquanto o Guarani chegava à decisão após classificações dramáticas e uma campanha sem brilho, o São Paulo tinha 100% de aproveitamento e era considerado favorito disparado ao título.
A equipe da capital, que buscava o bicampeonato após ser campeã no ano anterior, era comandada por Muricy Ramalho, na época ainda um pupilo de Telê Santana, e formada por garotos talentosos como Rogério Ceni, Caio (o hoje comentarista Caio Ribeiro), Catê, Pavão e Sérgio Baresi.
Um dos personagens negativos da decisão foi o atacante Mauricinho, do Guarani. Ao receber cartão vermelho, ele roubou a cena, negando-se a sair do gramado e chegando a agredir o juiz. O jogador só foi para o vestiário depois de ser empurrado por um batalhão de jogadores e integrantes da comissão técnica.
A partida foi uma batalha. O empenho do Guarani para superar o adversário levou os jogadores ao limite.
A partida foi uma batalha. O empenho do Guarani para superar o adversário levou os jogadores ao limite. Luiz Carlos chegou a jogar um bom período com uma faixa para conter um ferimento na cabeça, após disputa com Nem; Luizão se arrastou em campo no final para não deixar sua equipe com um a menos; e Carlinhos, machucado, precisou voltar a campo, pois a equipe não podia mais fazer substituições.
O São Paulo abriu o placar no segundo tempo após um erro da arbitragem. Apesar da falta ter acontecido fora da área, o juiz anotou pênalti, que Jamelli converteu. O jogo se encaminhava para mais um título do Tricolor, quando uma falta próxima à meia lua para o Guarani aos 41 mudou o cenário. Ex-jogador do São Paulo, Rubens saiu do banco de reservas naquele jogo e foi decisivo ao cobrar com perfeição e vencer Rogério Ceni.
Com o empate por 1 a 1, a partida foi para a prorrogação com morte súbita – quem marcasse primeiro era o vencedor. E o São Paulo teve todas as chances para marcar. “Eles foram com tudo para o ataque, mas conseguimos segurar”, conta Pitarelli. Nas cobranças de pênalti, Marquinhos, André Ceará e Betinho acertaram seus chutes, enquanto Jamelli, Nem e Douglas pararam em Pitarelli.
Valorização
Para o ex-goleiro, a forma de disputa da Copa São Paulo na época valoriza ainda mais a conquista de 1994. “A competição não era inchada como acontece hoje, com vários times de aluguel e sem expressão. Só participava quem realmente tinha condições”, recorda.
O torneio há 30 anos tinha 32 participantes. Ao longo dos anos, foi inchando e desde 2014 ultrapassa o número de 100 times. Em 2024, foram 128, repetindo o que acontece desde 2018.
Homenagem
Antes do jogo do Guarani contra o São Bernardo, na quarta-feira (24) à noite, os heróis da conquista foram homenageados. Vários jogadores que participaram daquela equipe se reuniram no gramado com o troféu e receberam os aplausos dos torcedores.
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