Em uma noite histórica e inesquecível para a torcida bugrina, o Guarani afastou a pressão e empurrou toda a crise para o lado da Ponte Preta com vitória arrasadora por 3 a 0 no Dérbi 202, disputado neste sábado (19), no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, em duelo válido pela 8ª rodada do Campeonato Paulista.
Os gols da partida foram marcados pelo atacante Lucão do Break e pelo meia Giovanni Augusto, de pênalti, no primeiro tempo, e pelo lateral-direito Diogo Mateus, também de pênalti, na segunda etapa.
Com o elástico resultado positivo, o Guarani chegou aos 10 pontos e assumiu a vice-liderança provisória do Grupo A, à frente de Água Santa e Inter de Limeira, que possuem três pontos a menos, mais ainda jogam na rodada. O Bugre só aparece atrás do Corinthians, com 14 pontos.
Desde o Campeonato Paulista de 1960, o Guarani não vencia o Dérbi por três gols de diferença. Naquele mesmo ano, o Bugre também aplicou 6 a 0 na Ponte Preta, a maior goleada da história do clássico campineiro.
Com mais uma atuação deplorável, a Ponte Preta amargou a terceira derrota consecutiva e continua com sete pontos, na terceira colocação do Grupo D e 12ª colocação geral. As más atuações, a falta de resultados e proximidade da zona de rebaixamento tornam praticamente insustentável a permanência do técnico Gilson Kleina.
Com o clima transformado, o Guarani terá semana cheia para se preparar para o próximo compromisso contra o Santo André, no sábado que vem (16), novamente no Brinco de Ouro, pela 9ª rodada do Paulistão.
Já a Ponte Preta terá que juntar os cacos e virar a chave rapidamente para encarar o Cascavel na próxima terça-feira (22), no interior do Paraná, pela primeira fase da Copa do Brasil. A Macaca joga pelo empate e não pode perder mais uma vez, senão estará eliminada da competição nacional.
O jogo
Com ajuda do Palmeiras, que horas mais cedo havia derrotado o Santo André por 1 a 0, no Allianz Parque, Guarani e Ponte Preta entraram em campo totalmente livres do risco de terminar a rodada dentro da zona de rebaixamento, mas nada que diminuísse a tensão e a pressão em cima das equipes e, principalmente, dos treinadores.
Do lado bugrino, o técnico Daniel Paulista escalou a equipe com apenas uma alteração na equipe titular em relação à derrota por 3 a 0 para o Ituano, na última quarta-feira (16), em Itu. A única mudança foi a entrada do zagueiro Derlan no lugar de Ernando.
Já do lado pontepretano, Gilson Kleina surpreendeu e deixou de lado o esquema com três zagueiros, sacando Fabrício para espelhar o adversário no 4-4-2, com a opção pelos volantes André Luiz e Matheus Jesus, novidades na escalação em relação à derrota por 1 a 0 para o Botafogo, na última quarta-feira (16), no Moisés Lucarelli. Titular na rodada passada, o volante Wesley foi desfalque de última hora com dores na panturrilha direita.
Antes da bola rolar no Dérbi 202, houve tumulto do lado de fora do Brinco de Ouro, após o fechamento dos portões no momento da chegada do ônibus do Guarani. A Polícia Militar utilizou bombas de efeito moral e gás de pimenta para dispersar os torcedores bugrinos e empurra no empurra. Houve feridos, entre eles um menino de 10 anos.
Empurrado pela torcida que voltou a poder comparecer em um Dérbi após mais de dois anos em razão da pandemia de Covid-19, o Guarani partiu para cima e abriu o placar logo aos 5′, em um lance com dois erros individuais da Ponte Preta, a começar por Pedro Júnior, que escorregou e perdeu a bola para Júlio César no campo defesa. Na sequência, Lucão do Break ariscou de longe e contou com falha do goleiro Ygor Vinhas, traído pelo quique da bola
Lucão do Break marcou o seu segundo gol no Paulistão. Ele já havia marcado um golaço de fora da área na vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo na estreia, no Brinco.
Principal esperança ofensiva da Macaca, artilheiro do campeonato, com cinco gols, Lucca assustou a torcida bugrina aos 11′, em cobrança de falta da entrada da área que terminou em escanteio após bela defesa de Maurício Kozlinski.
No entanto, a confiança do torcedor pontepretano se esvaiu aos 26′, quando André Luiz interceptou chute de Matheus Pereira com o braço estendido dentro da área. Pênalti assinalado sem hesitação pelo árbitro Vinicius gonçalves Dias Araújo. Na cobrança, aos 28′, Giovanni Augusto bateu com firmeza no meio do gol para ampliar o marcador. Ele também havia convertido penalidade no empate em 1 a 1 com o Santos, há quatro rodadas.
Antes do intervalo, Fessin teve grande chance de diminuir o placar para os visitantes, ao invadir a área e chutar rente à trave esquerda, após trapalhada de Ronaldo Alves e Rodrigo Andrade, que trombaram em disputa de bola pelo alto.
No segundo tempo, o Guarani fechou a conta aos 26′, com mais um gol de pênalti, desta vez cometido por Jean Carlos em cima de Yago, que invadia a área em direção ao gol. Na cobrança, Diogo Mateus bateu no canto direito de Ygor Vinhas, deslocando o goleiro, que escolheu o outro lado.
FICHA TÉCNICA:
Guarani (3): Maurício Kozlinski; Diogo Mateus, Ronaldo Alves, Derlan e Matheus Pereira; Bruno Silva, Índio (Vitinho), Rodrigo Andrade (Yago) e Giovanni Augusto (Eduardo Person); Júlio César (Maxwell) e Lucão do Break (Ronald). Técnico: Daniel Paulista.
Ponte Preta (0): Ygor Vinhas; Kevin, Thiago Lopes, Léo Santos e Jean Carlos (Matheus Anjos); André Luiz (Ribamar), Léo Naldi, Matheus Jesus e Fessin; Pedro Júnior (Pedrinho) e Lucca. Técnico: Gilson Kleina.
Gols: Lucão do Break, aos 5′, e Giovanni Augusto (pênalti), aos 28′ do 1º tempo; Diogo Mateus, aos 25′ do 2º tempo.
Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, Campinas (SP).
Público: 5.925 pessoas.
Renda: R$ 123.050,00
Juiz: Vinicius Gonçalves Dias Araújo (SP).
Cartões amarelos: André Luiz, Lucca e Pedrinho (PON); Ronald (GUA).