Era de Campinas o homem que morreu baleado na noite desta quinta-feira (13) na Avenida Rio Branco, centro da capital paulista, próximo à Praça Princesa Isabel, onde estava concentrada a Cracolândia. Raimundo Nonato Rodrigues Fonseca Junior levou um tiro no peito. Ele era dependente de drogas e estaria vivendo nas ruas de São Paulo desde 2019.
Segundo informações, a morte de Raimundo ocorreu durante uma confusão que envolveu usuários de drogas que tentaram depredar um ônibus. Foram ouvidos barulhos de tiros e na sequência o homem foi encontrado ferido caído na calçada. Ele chegou a ser socorrido mas morreu no hospital.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP), a morte do homem, que tinha 32 anos, está sob investigação do 77º Distrito Policial, da Santa Cecília. De acordo com a pasta, estão sendo analisadas imagens do local. Segundo a polícia, não foram divulgados detalhes da investigação para não atrapalhar a apuração.
Versões
No boletim de ocorrência, policiais militares disseram que foram ao local onde estavam concentradas parte das pessoas que fazem parte da Cracolândia durante uma operação policial. Segundo o relato, houve um tumulto generalizado acompanhado de sons de disparos de armas de fogo. Após a confusão, os policiais disseram ter encontrado o homem caído na rua com um ferimento no tórax. A vítima chegou a ser socorrida, mas, de acordo com o boletim, morreu na Santa Casa de São Paulo.
A advogada Juliana Valente, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, registrou um outro boletim de ocorrência em que traz o relato de uma testemunha que afirma ter visto policiais militares atirarem contra Raimundo. De acordo com esse boletim, a testemunha é moradora da região.
Operação policial
Na quarta-feira (11), foi realizada uma grande operação com envolvimento de 500 policiais civis e militares, além de 150 guardas civis metropolitanos. A ação dispersou a Cracolândia, instalada no local desde março, quando a aglomeração de pessoas em situação de rua e usuários de drogas se deslocou da região da Praça Julio Prestes, a cerca de 800 metros, onde estava concentrada nos últimos anos.
Durante a ação, 20 pessoas foram levadas à delegacia, mas apenas cinco foram efetivamente presas acusadas de tráfico de drogas. A Polícia Civil disse ainda ter apreendido maconha, crack e telefones celulares roubados.
Após a operação, as centenas de pessoas que formam a Cracolândia se dispersaram pelas ruas da região central da capital paulista. Policiais e guardas civis metropolitanos acompanham os grupos de pessoas em situação de rua, que são impedidos de sentarem nas calçadas ou permanecerem por muito tempo em um mesmo local, fazendo com que as aglomerações estejam em constante deslocamento pelas ruas do centro da capital paulista.
*Com informações da Agência Brasil