As empresas da área industrial da região de Campinas estão preocupadas com os rumos da economia em 2024, aguardam a aprovação da Reforma Tributária, maior queda na taxa de juros, e têm a expectativa de condições positivas para que atividade industrial tenha segurança para voltar a investir e incrementar os negócios.
Na apresentação da Sondagem Industrial feita pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), realizada na terça-feira (5), as empresas associadas da entidade se mostram cautelosas em relação ao cenário para o próximo ano.
Questionadas sobre as projeções de seus negócios para 2024, em comparação a 2023, 30% das empresas projetaram ‘melhora nas suas atividades’, 35% disseram que será ‘igual’, mas 35% das associadas da entidade assinalaram que vai ‘piorar’’.
“Queremos que as empresas façam o que realmente sabem fazer muito bem, que é fabricar, gerar mais empregos e melhorar o nível de arrecadação de impostos, mas para isso precisamos ter condições positivas. Que os governos tenham a sensibilidade de interferir menos na atividade produtiva”, disse o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa. Na avaliação dele, é necessário menos intervenção estatal e que as ações que venham a ser tomadas pelo governo possam atingir de maneira positiva a atividade produtiva.
Outro dado que chama a atenção na pesquisa diz respeito às respostas aos possíveis cenários para a economia brasileira no próximo ano, sempre em comparação a 2023. Neste item, 59% das empresas que participaram do levantamento disseram que o desempenho da economia será pior, contra 12% das associadas que projetam um cenário ‘melhor’ e 23% como ‘igual’.
Em relação ao desempenho em 2023, as respostas das empresas à sondagem feita pelo Ciesp sinalizaram, no geral, para a estabilidade mas com tendência de desaceleração, com queda nas atividades nestes últimos meses do ano, e compasso de espera para novos investimentos.
O Ciesp-Campinas tem 590 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. Juntas elas atingem um faturamento de R$ 53 bilhões ao ano e empregam 97,9 mil colaboradores.
Importações em queda na região
Outro panorama apresentado pelo Ciesp-Campinas foi o da Balança Comercial Regional. Em outubro o valor exportado foi de US$ 307,6 milhões – 0,5% maior que em outubro de 2022.
Em contrapartida, as importações no mesmo mês de 2023 foram de US$ 995,8 milhões – volume 26,6% menor do que em outubro do ano passado.
O saldo em outubro deste ano foi negativo em US$ 688,1 milhões – 34,4% menor do que o registrado em outubro de 2022.
“As empresas estão em compasso de espera pela retomada econômica, na expectativa da queda de juros, fator primordial para que o setor industrial possa obter empréstimos bancários e realizar novos investimentos em infraestrutura”, avalia o primeiro vice-diretor do Ciesp-Campinas, Valmir Caldana.
Em outubro os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem, Campinas (32%), Paulínia (19,8%), Mogi Guaçu (10,3%), Sumaré (9,7%) e Valinhos (5,3%).
Já os municípios que mais importaram foram Paulínia (32%), Campinas (31,2%), Jaguariúna (9,5%), Sumaré (8,6%) e Hortolândia (8,5%).
O percentual do município é calculado conforme a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
Os principais destinos das exportações da indústria regional em foram Estados Unidos (US$ 61,9 milhões – 20,1%), Argentina (US$ 46,4 milhões – 15,1%) e México (US$ 22,1 milhões – 7,2%).
Os principais países de origem das importações para a região são China (US$ 248,02 milhões – 24,9%), Estados Unidos (US$ 151,67 milhões – 15,2%) e Índia (US$ 72,9 milhões – 7,3%).