O setor industrial da região de Campinas quer incentivos fiscais para atravessar uma possível crise hidroenergética que pode atingir o País e, em especial, a região Sudeste neste ano. As empresas apontam como principais medidas a redução das tarifas de água e incentivo para o uso de fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar. Os dados são da Sondagem Industrial realizada pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), feita junto às empresas associadas.
Para 91% das empresas participantes, o incentivo ao uso de fontes alternativas de energia eólica e solar é a principal medida para o enfrentamento de uma possível crise. A pesquisa também aponta que 68% das indústrias querem a redução nas tarifas de energia para quem implantar sistemas que diminuam o consumo de água ou energia. Uma campanha para a população reduzir o consumo de água e energia é outra sugestão apontada por 59% das associadas.
As associadas ao Ciesp-Campinas já tinham manifestado essa preocupação na Sondagem do mês passado. O vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, na apresentação da Sondagem, avalia como importante as sugestões da indústria regional para o enfrentamento da escassez de água e energia.
“O que se destaca agora nessa pesquisa, de maneira efetiva, é que a grande maioria da indústria sugere incentivos para o uso de fontes alternativas de energias, tanto eólica como solar”, diz José Henrique Toledo Corrêa.
A Sondagem do Ciesp-Campinas apontou que para 64% das associadas, o nível de utilização da capacidade instalada de produção está na faixa de 70,1% a 100%, o que para o vice-diretor da entidade sugere essa perspectiva de retomada efetiva e consistente nos próximos meses. Embora ele ressalte que os custos de energia, água e transporte aumentaram para 65% das associadas.
Os custos das matérias-primas e componentes aumentaram para 70% das empresas respondentes em julho. No mês anterior, 81% das respondentes tiveram aumentos nesses custos.
Para José Henrique, os indicadores da pesquisa mostram uma perspectiva positiva para a indústria nos próximos meses, aliada ao aumento da população vacinada contra a Covid-19 e à ampliação das atividades comerciais.
Volume de produção e número de funcionários estáveis, baixo nível de endividamento e inadimplência inalterada em julho em relação ao mês anterior, conforme José Henrique, apontam para essa tendência positiva, “caso não ocorra nenhum grande fato negativo e inesperado nos próximos meses”.
Segundo ele, na região de Campinas os segmentos farmacêuticos e cosméticos, de papelão e embalagens, alimentação e autopeças são os que apresentam perspectivas mais positivas para os próximos meses.
Balança Comercial Regional
De acordo com Anselmo Riso, diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, em junho de 2021 o valor exportado foi de US$ 244,1 milhões – 36,7% maior que em junho de 2020. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 988,6 milhões – 16,9% maior do que em junho do ano passado. O saldo em junho de 2021 foi negativo em US$ 744,4 milhões – 11,6% maior do que o registrado em junho de 2020.
A corrente de comércio exterior regional (a soma das exportações e importações) em junho de 2021 foi de US$ 1,232 bilhão – 20,3% maior que no mesmo mês do ano passado.
Em junho os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Paulínia, Campinas, Sumaré, Mogi Guaçu e Santo Antonio de Posse Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia, Campinas, Jaguariúna, Sumaré e Hortolândia.
O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 41,52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 98.894 colaboradores.