Trabalhadores do Centro de Saúde (CS) Satélite Íris reclamam que o vereador Edison Ribeiro (União) teria invadido a unidade de saúde na manhã desta terça-feira (19), interrompido atendimentos e causado transtornos a funcionários e pacientes da unidade.
Segundo os trabalhadores, o parlamentar e assessores teriam ido ao CS após uma reclamação de uma paciente que aguardava atendimento e reclamava da espera.
O vereador teria realizado filmagens da parte interna e dos atendimentos. Teria entrado nos consultórios onde os pacientes estavam em consulta, inclusive ginecológicas, o que teria causado constrangimento em médicos e pacientes. A Guarda Municipal precisou ser acionada para controlar a situação. Um boletim de ocorrência foi registrado no 11º DP.
“A Secretaria de Saúde repudia qualquer ato de violência e se solidariza com os funcionários. A Pasta ressalta que as equipes do CS Satélite Íris estão completas e os atendimentos acontecendo normalmente nesta terça-feira, 19/04. Além disso, esclarece que as escalas da rede ficam disponíveis com a coordenação de todas as unidades. A Guarda Municipal esteve no local e foi registrado boletim de ocorrência no 11º DP. A Polícia Civil vai investigar o caso”, informou a Secretaria de Saúde, por meio de nota.
O Hora Campinas entrou em contato com a equipe do vereador, que informou que o responsável pela comunicação entraria em contato. Assim que um posicionamento for enviado, essa notícia será atualizada.
Nota de repúdio
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) divulgou uma nota em que repudia a invasão do CS Satélite Íris pelo vereador Edison Ribeiro (UNIÃO) e por seu filho.
Conta a nota que, aos gritos, o parlamentar abriu com violência as portas de salas de atendimento e consultórios médicos. De forma agressiva, ele exigia saber por que não havia vagas de acolhimento na unidade de Saúde.
“Mostrando total desrespeito com os servidores e os pacientes, o vereador e seu filho chegaram a invadir uma sala de atendimento ginecológico, onde uma médica cuidava de uma paciente, gerando imenso constrangimento. Edison Ribeiro chegou a dizer que poderia dar voz de prisão para a ginecologista. O susto foi tão grande que a médica teve uma crise de choro com a truculência do vereador”, descreve o sindicato.
“O ato do vereador incitou a violência no CS e os trabalhadores/as estão em um clima de total falta de segurança. Não basta lutar todos os dias para manter o melhor atendimento possível para a população, mesmo com os poucos recursos que são empregados na área da Saúde pública no Brasil. Agora, os vereadores andam invadindo os locais de trabalho e cobrando dos servidores/as o investimento que deveria ser feito pelo governo”, traz a nota do sindicato.
O STMC exige que a Câmara Municipal de Campinas abra um processo contra o vereador. “Não é possível que o Legislativo de Campinas compactue com esse tipo de atitude”, afirma.