A estudante Franciane Andrade, de 23 anos, que denunciou ter sido estuprada no Jaguariúna Rodeo Festival, no último dia 27, afirmou que estava sob efeito de uma droga conhecida como “Boa Noite, Cinderela”. De acordo com ela, um exame toxicológico realizado em São Paulo acusou a presença da substância. A afirmação foi feita via rede social. Até então, ela tinha se pronunciado em suas mídias logo depois do fato. Agora, voltou a se manifestar.
“Aqui para vocês, fui na melhor perita do Brasil, de São Paulo, que atende nos melhores hospitais que existem. Temos resultado da violência sexual por meios médicos e agora também temos resultados do exame toxicológico, que foi detectada a droga ‘Boa Noite, Cinderela’ naquela noite”, afirmou a estudante.
A jovem ainda afirmou que tem todas as provas de que foi abusada e mostrou alguns documentos.
“Aqui está IML, boletim de ocorrência, aqui está tudo, receitas, fui ontem na clínica dela e foi sim comprovada a violência sexual pela terceira vez, pelo terceiro médico, além do médico do IML, além de ginecologista da Santa Casa, e além dessa doutora que é a melhor, e não tem como falar que não foi, não tem como. Além de ter sido da parte da frente, teve também anal, tem provas, tem fotos de todas as lesões”, reforçou.
Franciane, que também é influenciadora digital, reclamou das pessoas que têm duvidado de sua denúncia.
“Não vem acusar a vítima, vocês não sabem o que está passando na minha cabeça, vocês não sabem o que eu estou passando. Não venham acusar quem sofreu isso, vocês não têm noção do quanto é sério isso. O quanto acaba com a gente, acaba com honra, dignidade, acaba com a honra dos meus pais. Eu nunca menti na minha vida e jamais mentiria sobre isso”, afirmou.
Na quarta-feira (1º), Franciane esteve na Delegacia da Mulher de Mogi Guaçu, cidade onde mora. O depoimento durou cerca de três horas. A jovem também passou por exames no Instituto Médico Legal que, segundo ela, confirmaram o estupro. “O médico do IML disse que realmente houve estupro e que não saberia dizer se foi um, dois ou três que me agrediram”, contou em vídeo no Instagram.
Os organizadores do Jaguariúna Rodeo Festival informaram, por meio da assessoria de imprensa, que “toda a operação do evento neste momento está voltada para o esclarecimento do episódio relatado por Franciane e para a busca de elementos que ajudem as autoridades policiais a encontrarem os responsáveis pelo ocorrido.”
O departamento jurídico do JRF confirma que concentra esforços na operação de busca nos registros de imagem das 53 câmeras “para que se possa reconstituir o episódio e identificar os culpados”.
“O JRF lamenta profundamente o ocorrido e presta solidariedade à Franciane, amigos e familiares. A organização reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação, dentro ou fora dos eventos que realiza”, encerra o comunicado.
O caso
Em depoimento nas redes sociais e no YouTube, Franciane relata que estava com amigos e que depois acordou em um trevo que fica perto do recinto da festa. Como sentia dores, na terça-feira procurou a polícia, fez um Boletim de Ocorrência e passou por exames no IML.
“Já chorei muito, acabei de correr atrás de BO, fui no IML e o doutor constatou que realmente houve estupro. Eu não sei o que fazer, que dor que estou sentindo, vocês não conseguem imaginar. Fiquei inconsciente, sem ver quem era. Paguei pelo camarote mais caro que havia na festa para me sentir mais segura e acontece isso comigo”, contou a estudante de veterinária, em vídeo.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi acionada para explicar sobre o exame da jovem.
“O caso foi registrado pela DDM de Mogi Guaçu e encaminhado para a Delegacia de Jaguariúna para continuidade das investigações em inquérito policial. Diligências estão em andamento, testemunhas estão sendo ouvidas no decorrer desta semana e imagens estão sendo analisadas para esclarecer os fatos. Outros detalhes não podem ser divulgados devido à natureza do crime”, informou.