O líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, preso há uma semana em Socorro, foi indiciado pela Polícia Civil nessa quarta-feira (24), pelos crimes de violação sexual mediante fraude, estupro, curandeirismo e exercício irregular da medicina.
No inquérito encaminhado à Justiça constam os depoimentos de 16 pacientes, que afirmaram à polícia terem sido abusadas durante os atendimentos de Jessey.
O suposto líder espiritual atuava há mais de 20 anos na área da saúde, e chefiava o setor de raio X da Santa Casa de Socorro.
Além das vítimas, o inquérito possui os depoimentos de cinco testemunhas, além de representantes do templo de umbanda da qual o indiciado fazia o atendimento terapêutico.
De acordo com as vítimas, o homem oferecia um copo d’água alegando ser uma ‘condutora elétrica essencial para a terapia’, e deixava as vítimas sonolentas. Nesse momento, segundo depoimentos, o suposto terapeuta abusava das mulheres.
Durante as buscas na residência, foram apreendidos celular, aparelhos de mídias, remédios, brinquedos sexuais, seringas, munições e armas de fogo.
CRIMES
Quatro crimes foram detalhados no inquérito policial elaborado pela delegada responsável pela investigação, Leise Silva Neves. São eles: Estupro, pela suspeita de ter cometido os abusos mediante violência; Violação sexual mediante fraude, pela suspeita de ter abusado das vítimas como se fosse uma terapia; Exercício irregular da medicina: por oferecer serviços de terapias psicológicas e quiropraxia sem a formação necessária; e curanderismo, pela suspeita de oferecer curas milagrosas a problemas emocionais em troca de pagamento.
O relatório final foi encaminhado à Justiça de Socorro. A delegada aguarda o resultado de laudos periciais solicitados ao Instituto de Criminalística. O inquérito deverá ser distribuído para a promotoria.
NOTAS
Em nota, a Santa Casa disse que “está totalmente surpresa com os últimos acontecimentos envolvendo o Sr. J.M.M e que não tinha qualquer conhecimento sobre os casos de abuso sexual supostamente cometidos por ele”.
A defesa do investigado, o advogado Ricardo Rafael, informou que não se manifestará sobre o mérito do caso, “uma vez que os autos se encontram em segredo de justiça, e que no momento oportuno demonstrará toda a improcedência acusatória”.
“Iremos aguardar a manifestação do Ministério Público e, agora, estamos agora lutando contra a prisão, que consideramos ilegal.
A respeito da prisão preventiva decretada, a defesa informa que, respeita a decisão, mas irá recorrer, pois os argumentos utilizados não encontram respaldo legal, onde a presunção da inocência deve prevalecer, sua decretação é uma afronta aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, regras que regem o processo penal brasileiro”.
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