O Guarani solicitou e a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial do clube. Com a decisão da juíza Eliane Cássia da Cruz, da 7ª Vara Cível de Campinas, o Bugre tem 60 dias para apresentar plano de pagamento aos credores de uma dívida que chega a R$ 59 milhões.
Estão suspensas também, por seis meses, todas as execuções judiciais contra o Alviverde. Também estão proibidos qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do time campineiro, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais, cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial.
O objetivo do Guarani é seguir o mesmo caminho adotado por clubes como Cruzeiro, Chapecoense e Coritiba nos últimos meses.
Essas equipes solicitaram a recuperação judicial para organizar o pagamento aos credores e posteriormente iniciarem o processo de transformação da gestão do futebol, do modelo associativo para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), atraindo investidores.
“Esta é uma decisão que pensa no Guarani para daqui mais de 10 anos, talvez como há muito não se pensasse”, afirma Ricardo Moisés, presidente do Conselho de Administração (CA) do Alviverde até o início do mês de abril.
Há décadas, o Bugre vive grave crise financeira, que culminou com a venda judicial de complexo do Brinco de Ouro da Princesa, Centro de Treinamento e clube social. Após discussões no Conselho Fiscal (CF), Conselho Deliberativo (CD), CA e assembleias de sócios, o clube campineiro impetrou a ação de recuperação judicial.
“Antes mesmo da recuperação judicial, o Guarani conseguiu diminuir muito sua dívida trabalhista, restando hoje menos de 10 milhões a serem sanados”, ressaltou o presidente Ricardo Moisés. O mandatário deixa claro que o caminho ainda é árduo para zerar as dívidas, mas existe um cenário mais favorável do que nos últimos anos.
O Bugre possui grande quantidade de dívidas cíveis, que até hoje penhoram contas, vendas de atletas e trazem transtornos ao clube.
No entanto, poucos novos processos cíveis existiram nos últimos três anos e os processos trabalhistas estão diminuindo em quantidade e valor de causa. Acordos também estão sendo realizados.
Diante do pedido de recuperação judicial, o Guarani vai apresentar um plano de pagamento aos credores para resolver de vez todo seu passivo cível e trabalhista. Atualmente, existem credores há 25 anos sem receber do clube, que também não paga impostos desde a década de 1990.
“Chegou a hora do clube enfrentar sua dívida, propor uma forma de pagar, encerrar seus débitos e iniciar o pagamento de seus impostos. O equilíbrio, a boa administração e a organização serão as principais jogadas nesta partida que se inicia hoje, perdurará por alguns anos, mas que terá um resultado muito positivo para o futuro”, destacou Ricardo Moisés.