Luzes esverdeadas que cortaram os céus de várias cidades das regiões sudeste e centro-oeste, e que também foram avistadas em municípios próximos a Campinas, exercitaram a imaginação das pessoas sobre a origem do fenômeno. Os registros ocorreram na última segunda-feira, entre 18h e 18h30. O professor do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, Wagner Amaral, explicou que a luz misteriosa que intrigou muitos é um meteoro, e não lixo espacial, como se cogitou. Trata-se de um fenômeno raro devido à magnitude do avistamento.
O fenômeno foi observado em cidades de São Paulo como Americana, Hortolândia, Amparo, e em municípios de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal. O professor do IG afirmou que especialistas já descartam a possibilidade de ser lixo espacial, como se pensou inicialmente.
“Alguns cálculos foram feitos e a velocidade desse meteoro estava muito alta, acima daquela registrada pelos lixos espaciais quando entram na atmosfera”, explicou Amaral.
Segundo ele, acredita-se que tenha sido um grande meteoro, que entrou na atmosfera a uma altura de cerca de 70km. “No momento em que cruza a atmosfera, o meteoro tem uma interação com os gases dessa atmosfera, que faz com que esse efeito luminoso seja muito incandescente”, detalha.
O relato de pessoas sobre o tom esverdeado que coloriu os céus também tem explicação. “Ele pode ter essa tonalidade assim que atinge e atmosfera e à medida que ele vai caindo, vai adquirindo cores mais escuras, de tons avermelhados.”
Segundo ele, esse é o primeiro fenômeno do tipo registrado em 2023 e uma ocorrência bastante rara, em razão dos efeitos que provocou no céu. “Esse registro é o primeiro de 2023 dessa magnitude. A queda de meteoros ocorre rotineiramente, mas dessa magnitude é bastante raro”, confirma.
A recuperação dos fragmentos desse meteoro, diz, é muito difícil porque ele se desintegrou a uma altura de 30km a 35km. “Era possível ver em diversos vídeos que esse meteoro ia se fragmentando”, conta. “Tudo leva a crer, existem vários cálculos sendo realizados pelo grupo da Bramo
n (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros) que de fato é um meteoro e não lixo espacial, como se cogitou no início”. (Com informações da Unicamp)