A mãe do jovem que atirou bombas de fabricação caseira contra uma escola em Monte Mor, na manhã desta segunda-feira (13), defende que a atitude do filho foi influenciada por outras pessoas e pela internet. Afirmou que ele atravessa um momento de depressão e que desconhecia os planos de ataque à escola. O jovem, que vestia roupas pretas e levava no braço uma suástica, foi apreendido. Ninguém se feriu.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, a mãe do rapaz disse que ele realiza tratamento contra depressão e que sua atitude foi resultado de “más influências”, dando a entender que há mais pessoas envolvidas no ataque à escola. Também afirmou que o filho “é uma boa pessoa” e pediu para que parassem de postar fotos do garoto na imprensa e redes sociais.
“Foi tudo influência da internet. Ele estava falando com alguém, eu creio que ele fez isso a mando de alguém. Quem conhece sabe que ele é bom garoto. Essas coisas (comportamento diferente) começaram há pouco tempo. Se eu soubesse de algo é claro que teria feito alguma coisa”, contou a mãe.
O garoto usou o carro da família para ir até a escola. Ele é ex-aluno da escola, onde estudam cerca de 300 jovens de 12 a 15 anos de idade e também funciona, de forma compartilhada, a Escola Estadual Professor Antonio Sproesser. Ele se dirigiu à escola levando, além das duas bombas de fabricação caseira, uma machadinha e uma arma falsa.
“A bomba chegou a explodir no vaso sanitário, mas não houve feridos. Com ele, foi apreendida uma machadinha e na casa dele, uma arma de airsoft e material alusivo ao nazismo. O computador do menor também foi apreendido para perícia. O veículo usado no crime foi localizado por policiais militares na rua Barciliano. A escola foi periciada, e o caso está sendo registrado na Delegacia de Monte Mor, onde será investigado. O policiamento no entorno do estabelecimento de ensino foi intensificado”, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota enviada à imprensa.
A prefeitura de Monte Mor lamentou o ataque à escola e informou que foi um fato isolado. “O indivíduo que efetuou o ataque foi apreendido pela Guarda Civil Municipal de Monte Mor e se encontra no momento à disposição da Polícia Judiciária”, diz nota da prefeitura, descartando a ocorrência de ataques a outras escolas. Segundo a prefeitura, a segurança está sendo reforçada nas demais escolas municipais de Monte Mor.
A Secretaria de Educação de Monte Mor disponibilizou atendimento psicológico para alunos e familiares, professores e funcionários da unidade de ensino atacada. De acordo com a pasta, o serviço psicológico será prestado por profissionais da equipe da Secretaria de Educação a partir desta terça-feira (14).
Carta
Em uma carta, o jovem escreveu coisas como “a tal Vista Alegre (nome da escola), vai ficar com uma vista triste”. Confira outro trecho:
“Abandonado, sozinho, sem amigos e família, pronto pra morrer. Partirei com sangue nos olhos, nada vai me impedir. Irei desligar meus últimos sentimentos. Já tentei chorar, mas não consigo. Não consigo sentir tristeza, por mais triste que eu seja diante de certos olhares. Talvez eu seja um erro”.
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