“Tudo o que eu quero é saber do meu filho. Minha vida virou de ponta-cabeça”. O clamor é da cuidadora de idosos Wagna Emília Braz, de 64 anos, cujo filho está desaparecido há quase um ano. Moradora em Andradina-SP, Wagna aguardava no final do ano passado a visita do filho Emerson Cirilo Lopes, que morava em Salto e trabalhava em Indaiatuba como soldador. No entanto, ele não apareceu e desde o início de novembro, a família o procura. Foram sete meses sem notícias, mas em junho uma informação a respeito do seu paradeiro chegou até a família e há indícios de que ele esteja em Campinas.
Emerson, de 43 anos, residia com a mãe e saiu de Andradina para trabalhar na empresa Baruque Service Equipamentos Equipamentos de Saneamento. Em outubro do ano passado, após dois anos longe de casa, ele entrou em contato com a mãe e disse que iria visitá-la. No dia marcado para a chegada, não apareceu. A empresa e o casal de amigos com quem morava não souberam informar o que tinha acontecido e o celular dele não dava sinal. A mãe entrou em desespero.
“Fui para Salto atrás dele. Rodei tudo lá, fui na polícia, na empresa onde ele trabalhava, na rodoviária e nada”, conta Wagna, que viajou mais de 500 quilômetros atrás do filho. Cintia, uma das irmãs de Emerson e que também mora em Andradina, passou a anunciar nas redes sociais o desaparecimento do irmão, mas nenhuma notícia chegava. Quando a família já tinha perdido as esperanças de encontrá-lo, apareceu uma luz no fim do túnel.
“A empresa comunicou que havia chegado um e-mail do Poupatempo de Campinas. Era um agendamento para o Emerson retirar a segunda via do RG”, conta Cintia.
“Foi um alívio, pois era sinal de que meu irmão estava vivo.” A mãe se programou para chegar em Campinas no dia 23 de junho, data agendada para a retirada do documento, e encontrar o filho. No entanto, um outro comunicado do Poupatempo representou uma ducha de água fria. “Informaram que o RG tinha sido retirado antes da data prevista”, lamenta Cintia.
A irmã conta que Emerson tem uma vida conturbada em função do uso de drogas. “Ele chegou a ficar nove meses internado num centro de recuperação em Foz do Iguaçu”, lembra. “Durante um tempo, melhora, mas depois tem recaídas”, completa. Mesmo assim, Cintia afirma que o irmão sempre trabalhou e esteve perto da família. “Quem o vê, não fala que ele é viciado, pois anda sempre bem vestido, é vaidoso.”
Para a família, Emerson deve estar trabalhando em Campinas. “Meu filho é inteligente, trabalhador”, diz aos prantos Wagna, que enfrenta mais uma luta na sua vida.
Mãe de quatro homens e quatro mulheres, a cuidadora de idosos conta que “rodou o Brasil” para poder sustentar as crianças. “Deixava elas sozinhas em casa, com o mais velho cuidando dos menores, e eu ia trabalhar nas obras de construção civil em Minas, Rio de Janeiro. Fazia de tudo um pouco: fui carpinteira, pedreira, ajudante de cozinha…”
Vó de oito netos, Wagna fala com orgulho dos filhos que criou sozinha. “São todos trabalhadores. Têm os seus defeitos, mas quem não tem? Só me falta aqui meu primogênito. Não consigo dormir pensando nele. Por favor, Deus, cuide dele e o faça voltar.”
SERVIÇO
Quem souber do paradeiro de Emerson Cirilo Lopes, ligar no número da sua irmã Cintia: 18-99770-7382