Mais de 1.700 agricultores franceses protestavam nesta segunda-feira (29) em 25 pontos de bloqueio em todo o país, um número inferior aos registrados na sexta (113) e no sábado (38) nas ações para exigir alterações no setor.
Segundo dados da televisão BFMTV, que cita fontes oficiais regionais, estão envolvidos nos bloqueios cerca de 1.206 veículos agrícolas, tendo a polícia confirmado, por seu lado, 30 departamentos afetados e quase 800 tratores mobilizados na região de Paris.
Na sexta-feira, havia a indicação de 113 bloqueios e 17.500 agricultores mobilizados e um dia depois foram contabilizados 38 bloqueios com 700 agricultores.
Em torno de Paris, dos oito pontos de bloqueio planejados, foram instalados seis, no âmbito das mobilizações da Federação Nacional dos Sindicatos da Exploração Agrícola e da associação de Jovens Agricultores da Grande Bacia de Paris.
“Viemos para defender a agricultura francesa”, disse Christophe Rossignol, um agricultor de pomares orgânicos e outras culturas, lamentando que o setor está “de crise em crise”. Alguns veículos carregavam cartazes declarando “não há comida sem agricultores” e “O nosso fim significaria fome para vocês”.
O governo anunciou um contingente de 15 mil agentes da polícia no âmbito dos protestos, a maioria para a região de Paris, para impedir qualquer esforço dos manifestantes para entrar na capital.
O protesto decorre ao mesmo tempo que se registra uma crise alimentar global agravada pela guerra da Rússia na Ucrânia, um grande produtor de alimentos.
Os agricultores franceses afirmam que os preços mais elevados dos fertilizantes, da energia e de outros fatores de produção para o cultivo e alimentação do gado prejudicaram os seus rendimentos.
Os manifestantes também têm argumentado que o setor agrícola francês está excessivamente regulamentado e prejudicado pelas importações de alimentos provenientes de países onde os produtores agrícolas enfrentam custos mais baixos e menos restrições.