O posicionamento firme de entidades da sociedade civil contra os atos bárbaros dos bolsonaristas radicais no domingo (8) seguiu nesta terça-feira (10). Vários grupos seguem divulgando notas de repúdio contra os terroristas e cobrando o ressarcimento dos cofres públicos, além de punição exemplar. Veja quem mais se posicionou.
Fenaj
O Brasil assistiu neste domingo (08) a lamentáveis ataques à democracia brasileira, promovidos por bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições. O Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos, depredados e saqueados por terroristas a serviço de uma força política fascista, que tem como principal líder o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os 31 Sindicatos de Jornalistas filiados repudiam de forma veemente a invasão aos prédios públicos e os ataques à democracia brasileira. O evento acontece uma semana depois de o País assistir a uma linda, diversa e inclusiva festa cívica, na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A FENAJ e os sindicatos filiados denunciam firmemente esse agrupamento que insiste em desafiar a Constituição, mantendo acampamentos em frente a quartéis do Exército, promovendo ações terrorista em Brasília e pedindo intervenção militar.
É inadmissível a omissão do governo do Distrito Federal, bem como a leniência de parte das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal diante da escalada anticonstitucional do bolsonarismo.
Em qualquer país moderno e democrático, atitudes como as que temos visto no Brasil seriam severamente reprimidas e punidas, em defesa do bem maior e coletivo.
Os jornalistas brasileiros, no exercício de seu trabalho profissional, têm sido vítimas de intimidações e agressões por membros e apoiadores desse grupo político violento e antidemocrático. São centenas os casos registrados nos últimos anos, quase uma dezena apenas na primeira semana desse ano.
AFPESP
A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) manifesta seu absoluto repúdio aos atos antidemocráticos patrocinados por vândalos neste 8 de janeiro em Brasília. A invasão às sedes dos Três Poderes extrapola o direito de livre manifestação. Os atos são extremamente graves e precisam ser devidamente apurados e os responsáveis, punidos na forma da lei.
Esperamos que a intervenção federal decretada na área da Segurança Pública do Distrito Federal contenha esses atos de barbárie e restabeleça a ordem.
Depredações do patrimônio público e o atentado às instituições nacionais são intoleráveis, ameaçam a democracia e prejudicam a economia, deteriorando o ambiente de negócios. O Brasil precisa de paz política e garantia da ordem.
USP
A Universidade de São Paulo (USP) não aceita, não tolera e não admite agressões à democracia. Comprometida com a Constituição Cidadã de 1988 e com os Direitos Humanos, a USP repudia os atos criminosos e terroristas praticados por vândalos ridículos, que depredaram as sedes dos três poderes da República hoje, dia 8 de janeiro, em Brasília.
Os arruaceiros fanáticos mancharam de vergonha a capital federal.
Entidades do mundo todo, representantes de governos estrangeiros e instituições democráticas rechaçam a baderna e se solidarizam com o novo governo brasileiro, eleito e empossado legitimamente.
Pela presente nota, a USP vem se somar aos que defendem a nossa República e rechaçar os que promovem a destruição, movidos pelo ódio e pela ignorância. A Universidade exige o esclarecimento imediato dos fatos e a punição dos responsáveis pelo terrorismo. Ditadura nunca mais. Democracia sempre.
Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP
Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP
Subscrevem a nota pró-reitores, diretores de Faculdades, Institutos e Museus e dirigentes da USP
Museu Republicano de Itu
O Museu Republicano de Itu manifestou repúdio aos ataques promovidos por bolsonaristas radicais contra os Três Poderes da República, na tarde do último domingo, 8 de janeiro. Em suas páginas nas redes sociais, no dia seguinte aos ataques, a instituição publicou uma nota referenda pela Reitoria da USP, a qual está ligado o museu.
O Museu Republicano “Convenção de Itu” foi inaugurado pelo presidente do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Sousa, a 18 de abril de 1923 e desde então subordinou-se administrativamente ao Museu Paulista que, em 1934, tornou-se Instituto complementar da recém-criada Universidade de São Paulo e a ela se integrou em 1963.
É uma instituição científica, cultural e educacional, especializada no campo da História e da Cultura Material da sociedade brasileira, com ênfase no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, tendo como núcleo central de estudos o período de configuração do regime republicano no Brasil.
Encontra-se instalado em sobrado histórico em Itu, erguido nas décadas iniciais do século XIX, e que se tornou residência da família Almeida Prado. Foi nesse local que se realizou, em 18 de abril de 1873, uma reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do país e que, posteriormente, se transformou na famosa Convenção Republicana de Itu, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.