O Marrocos fez o inesperado ao alcançar as semifinais da Copa do Mundo Fifa de 2022, no Catar, após bater nos mata-matas Espanha e Portugal, ambos considerados favoritos.
Descartados antes do torneio, os marroquinos superaram todos os obstáculos pelo caminho e surpreenderam o mundo ao mesmo tempo.
Confira outros exemplos:
Bulgária e Suécia, 1994
Os EUA-1994 são lembrados tanto como um torneio em que muitas seleções fizeram suas estreias em Copas do Mundo quanto como uma edição cheia de zebras. Nem a Bulgária nem a Suécia eram tidas como candidatas a chegar às fases finais, mas ambas desafiaram os prognósticos.
A Suécia passou para as oitavas de final depois de terminar em segundo no grupo, somando cinco pontos – uma vitória sobre a Rússia e um empate com Camarões e o Brasil. Henrik Larsson e seus companheiros deram sequência à sua campanha dos sonhos eliminando a Arábia Saudita nas oitavas e a Romênia nos pênaltis nas quartas.
Eles só pararam nas semifinais, quando perderam por pouco para o Brasil.
Já a trajetória da Bulgária foi alimentada em parte pelo brilhantismo de Hristo Stoichkov. Depois de duas vitórias na fase de grupos, os búlgaros derrotaram o México nos pênaltis nas oitavas e surpreenderam a todos ao derrotar a Alemanha por 2 a 1 nas quartas. A aventura acabou após uma derrota por pouco para a Itália nas semis, antes da derrota por 4 a 0 para os suecos na decisão do terceiro lugar.
Croácia, 1998
Quando a Croácia participou de sua primeira Copa do Mundo na França-1998, as expectativas em relação à equipe de Davor Suker eram poucas, já que a seleção só havia jogado seu primeiro torneio oficial – as eliminatórias para a Eurocopa de 1996 – quatro anos antes do Mundial.
Incrivelmente, porém, os croatas chegaram às semifinais. Vitórias sobre a Jamaica e o Japão na fase de grupos os deixaram em segundo lugar. Eles então venceram a Romênia por 1 a 0 nas oitavas de final, graças à uma cobrança de pênalti de Suker, o craque do conjunto.
Uma surpreendente vitória por 3 a 0 sobre a Alemanha nas quartas valeu a classificação para as semifinais, onde acabaram perdendo para os donos da casa e futuros campeões.
A Croácia terminaria na terceira colocação, após derrotar a Holanda por 2 a 1 no jogo de consolação, com gols de Robert Prosinecki e de Suker, artilheiro daquela edição.
Coreia do Sul, 2002
O holandês Guus Hiddink foi contratado como técnico da Coreia do Sul após o grande trabalho realizado com a seleção da Holanda entre 1995 e 1998. Após chegar ao país asiático, imediatamente implantou uma política estrita de longos períodos de concentração, o que significou que seu elenco chegou na melhor forma física para o torneio.
Os sul-coreanos foram campeões de seu grupo, depois de vitórias sobre Polônia e Portugal e um empate com os EUA. Na sequência, desafiaram os prognósticos ao derrotarem a Itália por 2 a 1 nas oitavas, graças ao gol de ouro de Ahn Jung-hwan.
Nas quartas, venceram a Espanha nos pênaltis, antes de perderem para a Alemanha na semifinal. O conjunto de Hiddink acabaria em quarto, ao perder por 3 a 2 para a Turquia na decisão do terceiro lugar.
Turquia, 2002
A Turquia foi outra surpresa do torneio de 2002. Após um começo difícil, com uma derrota na estreia para o Brasil e um empate em 1 a 1 com a Costa Rica, os turcos ganharam o último compromisso do grupo contra a China de forma convincente, por 3 a 0, com gols de Hasan Sas, Bülent Korkmaz e Ümit Davala.
Outro gol de Davala serviu para definir o jogo contra o anfitrião Japão nas oitavas de final. No encontro com Senegal nas quartas, o gol de ouro de İlhan Mansiz foi o suficiente para o conjunto chegar às semifinais pela primeira vez. A seguir, a Turquia perdeu para o Brasil, futuro campeão, graças a um gol de Ronaldo, mas acabou em terceiro lugar ao derrotar os sul-coreanos no jogo de consolação.
Marrocos, 2022
O Marrocos caiu em um grupo difícil, formado por Croácia, Bélgica e Canadá, mas, ainda assim, ousava sonhar em alcançar as oitavas de final – e não muito mais.
A seguir, porém, os marroquinos rasgaram o roteiro. Começaram a campanha com um empate com a Croácia, antes de derrotar a Bélgica e o Canadá. Quando precisaram enfrentar a Espanha nas oitavas, já estavam cheios de confiança: jogaram de igual para igual contra a Roja e acabaram saindo com a vitória graças às defesas heroicas de Yassine Bounou na decisão por pênaltis.
O conto de fadas continuou ao eliminarem a estrelada seleção de Portugal nas quartas, exibindo cada vez mais técnica e confiança. O gol da vitória sobre os portugueses, marcado por Youssef En Nesyri, fez do Marrocos a primeira seleção africana e árabe a alcançar as semifinais da Copa do Mundo.