Os dias gelados estão de volta às cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). As imagens da TV dando conta de geada e flocos de gelo em municípios gaúchos e catarinenses não vão se repetir na região, mas quem foi às ruas no início desta quarta-feira teve de usar agasalhos pesados, cachecol, gorros e até luvas. O frio deu as caras e a tendência é de recorde de temperatura baixa.
De acordo com o boletim do Cepagri, da Unicamp, a RMC amanheceu sob predomínio de sol, e experimentou alguns períodos de maior nebulosidade já no começo da manhã. A temperatura mínima registrada pelo Cepagri foi de 12,5ºC, ao amanhecer. O dia segue sob predomínio de sol, e alguns períodos de céu parcialmente nublado. A temperatura máxima está prevista em 20ºC.
Ao longo da tarde, os ventos assumem intensidade moderada – o que baixa a sensação térmica, e a umidade relativa deverá atingir valores mínimos de 20%. A previsão para a quarta-feira é de temperaturas ainda mais baixas, devido ao avanço do ar de origem polar: a mínima está prevista para 6ºC, mas poderá ficar abaixo disso em alguns pontos, especialmente em áreas rurais, o que possibilita geada fraca.
No Centro de Campinas, as cenas eram típicas de Inverno, apesar de a estação ainda ser Outono. Os campineiros encolhidos circulavam pelas calçadas com cabeças inclinadas, fugindo do vento gelado. Quem foi ao trabalho logo cedo encarou o frio cortante.
Os relógios públicos, como os dos painéis eletrônicos, indicavam 9ºC por volta de 8h desta quarta-feira.
O fenômeno
A interação da borda do anticiclone pós-frontal (massa de ar de origem polar) com o avanço da tempestade subtropical Yakecan (que deverá se formar entre esta quarta e quinta) pelo Litoral da região Sul do País até próximo ao Litoral paulista proporcionará ventos de forte intensidade, com velocidades médias sustentadas em torno de 34 a 40 km/h na região, e rajadas ocasionais de até 70 km/h entre o final de tarde e início da noite, o que já causa riscos de danos, como quebra de galhos de árvores e destelhamento, especialmente em construções mais precárias.
A tendência para a quinta-feira é semelhante: predomínio de sol, e alguns períodos de céu parcialmente nublado. Temperaturas entre 6 e 16ºC, e os ventos, apesar de mais fracos, ainda poderão ter momentos de intensidade moderada. Nos dias seguintes, as temperaturas voltam a subir gradativamente, mas deverão permanecer abaixo da média para o período até o começo da próxima semana.
Menor temperatura até então
As cidades da RMC registraram a menor temperatura do ano no início deste mês. Campinas bateu o termômetro mais baixo de 2022, com 10,2ºC, no último dia 4. O mês de maio é historicamente ameno, com passagens recorrentes de frentes frias, indicando a mudança das estações. Período propício para alimentos mais quentes, agasalho ao sair de casa e aconchego.
Ciclone
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a situação do clima na Região Sul do Brasil pode se agravar caso haja a evolução do ciclone subtropical que se formou no início da semana, em uma tempestade subtropical chamada Yakecan.
Conforme a previsão, até a noite desta quarta, a Yakecan poderá se intensificar e ser classificada como tempestade tropical. Neste caso, as rajadas de vento poderão superar os 110 quilômetros por hora (km/h), do extremo Sul e Leste do Rio Grande do Sul para o Litoral Sul de Santa Catarina.
Segundo o Inmet, a onda de frio continuará atuando no Centro-sul do Brasil nos próximos dias. Nesta madrugada houve formação de geada em grande parte do Paraná, incluindo a capital Curitiba e a região metropolitana, além do sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo.
As temperaturas registram quedas mais acentuadas em áreas das regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas podem atingir o sul da região Amazônica, “configurando o segundo episódio de friagem neste mês de maio”, informou o instituto. O Inmet também prevê neve em áreas do Sul.
(Com Cepagri e Agência Brasil)