Há cerca de um ano à espera de notícias do filho, desaparecido desde o início de novembro de 2021, a cuidadora de idosos Wagna Emília Braz pôde, enfim, respirar mais aliviada nesta semana. Por meio de um contato do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua – Unidade 2 (Centro Pop 2) -, ela recebeu a informação de que Emerson Cirilo Lopes, de 43 anos, está mesmo em Campinas, confirmando as suspeitas da família, que mora em Andradina-SP.
O filho de Wagna foi encontrado bem debilitado, segundo os apoiadores da instituição. A família aguarda um retorno do Centro para se comunicar com Emerson, localizado após matéria publicada pelo Hora Campinas.
Cíntia, a irmã, se surpreendeu no último domingo (16) com um contato de Campinas. “Era uma instituição que trabalha com pessoas de rua”, conta. “A atendente disse que estava ligando a pedido do meu irmão para avisar que ele estava vivo e que não tinha se esquecido do aniversário da mãe”, diz Cíntia, com a voz trêmula. Wagna fez 64 anos no dia 15 de outubro.
Segundo a irmã de Emerson, a instituição se comprometeu a colocá-lo em contato com a família assim que ele voltar ao Centro em busca de banho ou alimentação. Os apoiadores também disseram que ele está magro e debilitado, bem diferente da imagem de uma foto enviada por Cíntia.
“Ao mesmo tempo que é uma felicidade saber que meu irmão está vivo, também é triste saber da situação que ele se encontra”, resume.
Ao tomar conhecimento da notícia, Wagna logo quis viajar para Campinas, mas foi contida pela filha. “Disse a ela que Campinas é enorme. É preciso esperar.” A mãe também vem sendo confortada pelos apoiadores da instituição com palavras de ânimo enviadas por áudio pelo WhatsApp.
Conheça o caso
No início de novembro do ano passado, Wagna aguardava em Andradina a chegada do filho, que havia prometido visitar a mãe após dois anos fora de casa a serviço, em Indaiatuba. No entanto, ele não apareceu e, desde então, não deu mais notícias.
Wagna acionou a Polícia Militar, chegou a viajar até a região de Indaiatuba e a família divulgou o caso nas redes sociais. Em junho deste ano, surgiu a suspeita de que Emerson pudesse estar em Campinas, já que a empresa onde trabalhava recebeu uma notificação encaminhada no nome dele para retirada de um documento no Poupatempo da cidade.
Nesta semana, a suspeita foi confirmada, mas a expectativa da família era de que ele estivesse trabalhando em Campinas. Por isso, foi um choque para os parentes saber do seu estado.
A irmã conta que Emerson, apesar de ser trabalhador, tem uma vida conturbada em função do uso de drogas. “Ele chegou a ficar nove meses internado num centro de recuperação em Foz do Iguaçu”, lembra. “Durante um tempo, melhora, mas depois tem recaídas”, completa. Mesmo assim, Cintia afirma que o irmão sempre trabalhou e esteve perto da família. “Quem o vê, não fala que ele é viciado, pois anda sempre bem vestido, é vaidoso.”
Quem sonha todos os dias em voltar a ver Emerson perto da família, trabalhando e bem vestido é a mãe Wagna. “Não vejo a hora de falarem para mim: ‘Estou com ele aqui, venha buscar.’ Será o dia mais feliz da minha vida.”