Responsável pelas contratações no departamento de futebol do Guarani, o superintendente Michel Alves concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (27), no Brinco de Ouro da Princesa. Na véspera da estreia na Série B do Campeonato Brasileiro, o dirigente elogiou o elenco bugrino, garantiu a busca por reforços e destacou que o objetivo é minimizar os erros.
“Vejo o elenco muito forte, muito competitivo. Buscamos ainda algumas situações pontuais de necessidade em função das carências e perdas que nós tivemos. Mas com muito filtro, para a gente tentar minimizar os erros. Vão acontecer? Claro que vão. Faz parte. Agora a gente tem que tentar buscar diminuir isso para ter uma equipe compacta, segura. Temos jogadores experientes, jogadores que já levantaram títulos e isso, com essa experiência, vai nos trazer uma situação segura de fazer uma competição que nos deixa em uma condição favorável”, projetou.
Contratado pelo Guarani em novembro de 2019, Michel Alves acumula um ano e meio de trabalho no clube. Neste período, o profissional montou a equipe eliminada na primeira fase do Paulistão 2020, 13ª colocada na Série B da temporada passada e derrotada pelo Mirassol nas quartas de final do Estadual deste ano.
Questionado sobre o trabalho no Bugre e as constantes críticas por parte da torcida nas redes sociais, o superintendente fez um balanço sobre sua passagem no comando do futebol alviverde, valorizou a importância de o clube conseguir honrar com os compromissos desde sua chegada e defendeu o trabalho.
Confira as declarações do dirigente
“A minha preocupação, desde a minha primeira coletiva, sempre foi, a pedido do CA, do presidente Ricardo Moisés, cumprir o orçamento, respeitar e trazer situações dentro das condições que a gente tenha capacidade de cumprir. Às vezes a exigência se torna, e a gente tem que entender o que a gente tem capacidade de fazer o que vai nos trazer de retorno, porque têm atletas, comissão, situações, dentro de um orçamento de um planejamento, que fogem completamente a realidade de qualquer clube dentro dessa inflação que está hoje o futebol. Vale a pena a gente correr um risco sem ter uma garantia? Vale a pena a gente comprometer o orçamento?”
“E a gente, ao mesmo tempo está preocupado com essa ansiedade do torcedor em função de resultado, em função da gente obter êxito. Mas desde a chegada, o Guarani não brigou para não cair, não passou medo, não passou susto. Naturalmente que a gente quer mais, coisas mais sólidas, títulos, acesso com segurança, classificação, um Campeonato Paulista com propriedade. Nós também queremos isso”.
“A gente também sofre, eu também sou um ser humano, eu também tenho as minhas falhas. Eu não tenho vergonha nenhuma de admitir. Agora, eu tenho muita convicção naquilo que está sendo feito. Tenho muita segurança no respaldo que a diretoria me dá”.
“As pessoas têm essa necessidade de sempre estar caçando ou buscando alguma situação. Não dá. Eu vou para dois anos de Guarani, e o que era para ser respeitado, que era para ser conduzido em relação a resultados, a fatos, às vezes, se torna uma situação de “tem que mudar”, “tem que tirar”, “tem que fazer”. O presidente Ricardo Moisés acompanha o trabalho, sabe da nossa entrega, do nosso compromisso com o Guarani, com aquilo que a gente vem demonstrando durante as duas temporadas que a gente vem participando”.
“Claro que sei da cobrança, sei que preciso dar retorno. Mas se você analisar o trabalho dos últimos anos, há um cenário positivo. Não existem só coisas negativas como tentam plantar muitas vezes. E sobre a resistência das redes sociais, eu não tenho controle sobre isso. Eu tenho que ter convicção e planejamento para concluir o trabalho, para fazer as coisas acontecerem, dar segurança a quem trabalha aqui todo dia. Esse é o meu objetivo maior”.
“A gente não pode fazer loucura, senão a gente volta ao histórico de não cumprir, de não honrar seus compromissos. Porque eu passei isso quando cheguei, essa dificuldade de conversar com muita gente do futebol”, explicou Michel Alves.
Retrospecto no Dérbi
Desde quando foi contratado pelo Guarani, Michel Alves participou da montagem do elenco que disputou quatro Dérbis, com uma vitória, um empate e duas derrotas – a última por 3 a 1, no dia 5 de maio. Ao ser lembrado do retrospecto geral que registra 67 vitórias alviverdes, 66 triunfos pontepretanos e 65 empates, o dirigente comentou a sequência sem conquistar os três pontos nos três últimos jogos.
“Não tem como você deixar um clássico da grandeza que é o dérbi à margem. Não existe isso. O valor sobre esse jogo é altíssimo. Agora a gente tem que entender também a carga que a gente coloca sobre isso. Tem atletas, profissionais, eles têm que estar com a cabeça boa para desempenhar. Mas todo jogador que é contratado, que chega no Guarani, sabe da história do Dérbi”.
“Existe, sim, muita responsabilidade e muito respeito por esse clássico, e muita entrega. Em momento algum é tratado como um jogo normal. Esse jogo não é um jogo normal, esse clássico não é um clássico normal. A gente tem a consciência absoluta disso. Agora tem que dar a carga devida, porque também tem profissionais que estão trabalhando e eles têm que ter a cabeça boa para fazer. O corpo tem que estar quente, mas a cabeça tem que pensar. Senão a gente começa a fazer coisas dentro do campo que vão surtir um resultado negativo”, finalizou.