No rescaldo da tempestade tropical Ana, a Organização das Nações Unidas (ONU) mobiliza o mundo para os “problemas de médio e longo prazos” relacionados a novos eventos extremos que podem ser enfrentados por Moçambique. A avaliação dos danos do temporal desta semana continua enquanto as autoridades acompanham o evoluir da depressão tropical denominada Batsirai.
Um novo temporal, formado recentemente perto das ilhas Maurício, transformou-se numa tempestade tropical moderada. O receio é que venha a evoluir e se tornar severo nos próximos dias.
O levantamento de prejuízos causados pela tempestade tropical Ana prossegue de forma “bastante complicada”, segundo a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Myrta Kaulard. De acordo com Myrta, as chuvas fortes que caíram no interior do país inundaram rios e represas importantes para a região.
“A tempestade tropical afetou também todos os serviços básicos usados pelas populações: as escolas e os centros de saúde. Tudo isto de momento está suspenso, por razões óbvias, com todas estas complicações devido à água e ao problema de logística. Mas também temos que pensar que 80% da população vive da sua própria agricultura. Estamos agora na época do cultivo, as culturas estão a crescer e a colheita vai ser no mês de abril mais ou menos. Se estas pessoas perdem suas colheitas e a água fica mais tempo, elas vão perder. Estas pessoas terão que passar muitos mais meses (sem nada) até a próxima colheita. Isto é um problema de longo e médio prazos, que aumenta a vulnerabilidade e as necessidades humanitárias”, alertou a representante da ONU na região.
Desastres
A passagem da tempestade tropical Ana por Moçambique causou pelo menos 18 mortes, 99 feridos e 45.395 afetados. Entre os danos materiais contam-se 12 centros de saúde, 346 salas de aula e 132 linhas de eletricidade.
Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres (Incd) destacam ainda que a província central de Tete foi a que mais sofreu com as inundações.
(Agência ONU News)