O jornalista Carlos Brickmann, um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, com passagem pelos maiores veículos de comunicação do País, morreu na noite deste sábado (17), aos 77 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde novembro por conta de uma infecção urinária. O quadro se agravou nas últimas semanas e, desde então, lutava pela vida. A despedida para parentes e amigos será neste domingo, das 11h30 às 13h, no Cemitério Israelita do Butantã.
Brickmann era colunista do Hora Campinas, onde escrevia às quartas e domingos. Sua ausência desde o final de outubro, às vésperas da eleição, é explicada por seu agravamento de saúde. Deixou, portanto, de analisar a reta final de uma das campanhas mais polarizadas da história.
Muito bem informado, espirituoso, preciso e com texto impecável, Carlos Brickmann construiu sólida reputação no mercado editorial. Seu olhar aguçado para a política e seus personagens tornou-o um crítico reconhecido, com posição privilegiada para analisar a cena brasileira. Conhecia muito sobre passagens antológicas e históricas do meio político, o que fazia questão de incluir em suas colunas para contextualização do leitor.
Carlos Brickmann foi um dos colunistas pioneiros do Hora Campinas, integrando o primeiro time de articulistas.
Ele contribuía com o portal por entender que o projeto era um coletivo independente. Enviava regularmente as suas colunas por e-mail. Contava com a parceria incondicional da jornalista e escritosa Marli Gonçalves. Juntos, tocavam o Chumbo Gordo e a empresa de consultoria Brickmann&Associados. Atencioso, respondia de forma generosa e educada aos contatos da redação do Hora, laços que só fizeram aumentar a admiração pelo grande jornalista. Grande em importância. Alto em estatutura. Carlinhos, como era carinhosamente chamado, habitava um corpanzil de quase 2m.
Carlos Brickmann tinha muitos amigos em Campinas e conhecia boas e inúmeras histórias de políticos campineiros. Ou de personagens que, de alguma forma, mantiveram ligação local, profunda ou passageira. Era um observador atento dos desmandos, por isso, recebia e apurava escândalos de corrupção ou casos de comportamento impróprio dos agentes públicos. Era, ainda, um leitor voraz.
Biografia (segundo o Portal dos Jornalistas)
Carlos Brickmann nasceu em Franca, Interior de São Paulo. Ele morava na Capital paulista. Jornalista e consultor de comunicação, começou na profissão no início dos 60, encarando como profissional a ditadura militar e a censura.
Na trajetória principalmente do jornalismo paulista, foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes, período em que conquistou os prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 78 e 79, pelo “Jornal da Bandeirantes” e pelo programa de entrevistas “Encontro com a Imprensa”.
Na Folha de S.Paulo passou por vários cargos como o de repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional. Tem reportagens assinadas nas edições especiais de primeiras páginas da Folha de S.Paulo. Foi também secretário de Redação e editor da revista Visão.
No Jornal da Tarde começou como repórter, passou a repórter especial, assumiu a editoria de Internacional e de Política Nacional, assinou reportagens de primeira página premiadas. Participou das reportagens que deram quatro Prêmios Esso de Equipe ao Jornal da Tarde, de São Paulo.
Manteve colunas em vários veículos, entre eles o Diário do Grande ABC, Folha de Pernambuco, Correio Popular, O Dia e o site Observatório da Imprensa.
Comandava a Brickmann & Associados Comunicação, agência fundada em 1988, em São Paulo, que atende consultoria, comunicação política, gerenciamento de crise, relações públicas e assessoria de imprensa. Sempre ao lado da fiel escudeira Marli.
Fez parte da primeira equipe da revista Imprensa no grupo dos colaboradores, correspondentes ou colunistas e também foi membro do corpo de jurados do Prêmio Esso de Jornalismo, o mais importante do País e que foi descontinuado na última década.