O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulela, afirmou nesta terça-feira (24) que a inspeção visual realizada no eucalipto de cerca de 20 metros de altura que caiu pela manhã na Lagoa do Taquaral, matando uma criança e ferindo outras três pessoas, estava aparentemente saudável. Disse também que a queda deve ter sido provocada pela saturação do solo em razão das fortes chuvas dos últimos dias em Campinas. Paulela confirmou que todos os parques públicos da cidade permanecerão fechados até que ocorra um período de secagem do solo.
“O motivo aparentemente da queda se dá à saturação do solo, o solo está encharcado. Nós tivemos nesse período de janeiro uma precipitação pluviométrica de 550m. A média histórica é 270mm. Choveu mais que o dobro, isso tira a sustentação das raízes da árvore”, detalhou.
Há 15 dias, informou o secretário, foram realizadas podas preventivas nos eucaliptos mais altos do entorno da Lagoa do Taquaral, próximos às vias, mas o mesmo procedimento não foi adotado em relação às árvores da área interna, por serem de menor porte. Paulela garantiu que não houve negligência por parte da Prefeitura, mas admitiu a responsabilização pela tragédia.
“Não há negligência neste caso, é uma questão das intempéries, mas como essa árvore é um patrimônio público, cabe sim ao município ser responsabilizado. “
A decisão de fechamento dos parques, informou, é por medida de segurança e por tempo indeterminado. “O prefeito determinou o fechamento para que haja o período de secagem do solo, estabilizar e diminuir a possibilidade de queda”, acrescentou. Nesse período, disse, a prefeitura realizará a poda preventiva das copas de árvores mais altas, para tirar o excesso de peso e minimizar o risco de queda.
“Há 15 dias fizemos essa poda preventiva aqui na Lagoa do Taquaral, fizemos também no Bosque dos Jequitibás e vamos fazer nos outros parques também”, garantiu.
Há menos de um mês, no dia 28 de dezembro, uma figueira branca de grande porte que ficava dentro do Bosque dos Jequitibás caiu sobre a Rua General Marcondes Salgado. O carro dirigido pelo técnico em eletrônica Guilherme da Silva, de 36 anos, foi atingido. Guilherme morreu no local.
Laudo emitido pelo Instituto Agronômico de Campinas, informou Paulela, confirmou que a figueira branca do Bosque estava sadia, o que reforça a teoria de que a saturação do solo deve ter contribuído para a queda da árvore.
Com relação ao eucalipto da Lagoa do Taquaral, o secretário disse que a árvore também será analisada pelo Instituto Agronômico para constatar se pragas ou fungos podem ter contribuído com a tragédia.
Paulela descartou a retirada de todos os eucaliptos da Lagoa do Taquaral. “As árvores são protegidas por lei. Qualquer árvore que vá ser suprimida precisa ter laudo técnico indicando a necessidade. Esses eucaliptos estão em uma APP (Área de Proteção Ambiental), não há possibilidade de supressão total, mas v Vamos provocar o Instituto Florestal de São Paulo sobre essa possibilidade futura. Em 1970, quando a Lagoa do Taquaral foi inaugurada, esses eucaliptos já estava aqui”.