A Organização Internacional para Migrações (OIM) anunciou que 8.565 pessoas morreram em rotas migratórias globais em 2023, considerado o ano mais mortal já registado pela agência.
O Projeto Migrantes Desaparecidos destaca que o número corresponde a um aumento de 20% em comparação com 2022. De acordo com a OIM, a quantidade ressalta a necessidade urgente de medidas para evitar que mais vidas sejam perdidas.
Rotas irregulares em condições inseguras
A atualização publicada nesta quarta-feira (6) revela que a persistente limitação das vias de migração seguras e regulares faz com que centenas de milhares de pessoas tentem migrar todos os anos por meio de rotas irregulares em condições inseguras.
A travessia do Mar Mediterrâneo continua sendo a rota migratória mais mortal, com pelo menos 3.129 casos fatais e desaparecimentos registados no ano passado.
A vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels, diz que a marca repercutirá em famílias e comunidades nos próximos anos.
Para Daniels, os novos dados indicam que é preciso renovar o compromisso com ações para garantir uma migração segura para todos.
Afogamentos, acidentes de viação e violência
A atualização da OIM destaca que pouco mais da metade do total de mortes de migrantes em 2023 foi resultado de afogamentos, sendo 9% causados por acidentes de viação e 7% por violência.
Desde a criação do Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM, em 2014, foram documentadas mais de 63 mil mortes no mundo.
A OIM estima que o número real seja muito mais alto e aponta desafios na coleta de dados, especialmente em locais remotos. (ONU)