O clima é de folia, menos para o torcedor bugrino e para o técnico Mozart, que não resistiu à derrota para a Ferroviária, lanterna do Campeonato Paulista, logo na sequência da maior goleada sofrida pela equipe dentro de casa neste século, e não é mais o comandante do Guarani. A decisão da diretoria pela demissão do treinador de 43 anos foi anunciada na manhã deste domingo (19), em pleno Carnaval, por meio de comunicado no site oficial do clube.
Desta forma, Mozart se despede do Guarani após sete meses de trabalho, período em que comandou o time em 33 partidas, com 14 vitórias, seis empates e 13 derrotas, o que corresponde a um aproveitamento de 48,4% dos pontos disputados. “O Guarani agradece pelo trabalho realizado e deseja sorte e sucesso na sequência da carreira do Mozart e os demais membros da comissão técnica”, diz a nota. O auxiliar Denis Iwamura e o preparador físico Jackson Schwengber também deixam o Bugre.
A gota d’água foi a derrota por 1 a 0 para a Ferroviária, com gol sofrido no acréscimos do segundo tempo pelo jovem atacante João Veras, ex-Ponte Preta, na tarde do último sábado (18), na Arena da Fonte Luminosa, em Araraquara. A Ferrinha vinha de oito jogos sem vitória e amargava a lanterna geral do campeonato – agora está momentaneamente fora da degola.
Contratado em junho do ano passado para assumir o lugar de Marcelo Chamusca, o técnico Mozart Santos chegou ao Brinco de Ouro com a difícil tarefa de salvar o Guarani do rebaixamento à Série C e cumpriu a missão, mesmo pegando o time afundado na degola após os primeiros 15 jogos da Série B. Ele estreou oficialmente na 16ª rodada, quando o Bugre estava na vice-lanterna do campeonato, com apenas 13 pontos, e conduziu a equipe a uma grande arrancada que resultou na 10ª colocação, com 51 pontos.
No entanto, com a chegada da nova temporada, o treinador perdeu prestígio tanto pelo fraco desempenho do time no Paulistão, com apenas três vitórias em 10 rodadas, quanto por declarações reclamando da baixa presença de torcedores nas arquibancadas do Brinco de Ouro, o que irritou grande parte da comunidade bugrina. A situação ficou praticamente insustentável após a goleada por 5 a 1 sofrida para o São Bernardo, na última quarta-feira (15), que representou a pior derrota do Guarani em território campineiro desde 1988.
Luta contra o rebaixamento
Sem mais nenhuma possibilidade de classificação às quartas de final do Paulistão, já que faltam apenas duas rodadas e o time está sete pontos atrás de São Paulo e Água Santa, líderes de sua chave, o Guarani agora concentra forças somente para escapar do rebaixamento à Série A2 nas próximas duas semanas. Lanterna do Grupo B, com 10 pontos, o Bugre visita a Inter de Limeira no próximo sábado (25) e fecha a sua participação no campeonato diante do Palmeiras, no dia 5 de março, em Campinas.