O promotor de Justiça Angelo Carvalhaes recebeu denúncias da existência da prática de rachadinha em gabinetes de três vereadores de Campinas e informou nesta quinta-feira (2) que abriu um processo preliminar de apuração. A “rachadinha” se dá quando o parlamentar fica com parte do salário de assessores.
Segundo Carvalhaes, foram representações anônimas – duas delas enviadas à Ouvidoria do Ministério Público – contra os vereadores Nelson Hossri (PSD), Filipe Marchesi (PSB) e Otto Alejandro (PL).
Carvalhaes diz que as representações estão aguardando respostas de ofícios em que pediu informações.
“São notícias de fato”, explicou ele. “Mesmo sendo iniciadas por denúncias anônimas o MP tem que fazer uma apuração preliminar para indeferir e arquivar ou pra instaurar um inquérito civil”, informou o promotor, que tem 30 dias, prorrogáveis por mais 90, para arquivar ou instaurar um inquérito civil.
“Por ora é prematuro qualquer juízo de valor por se tratar, como eu disse, de representação anônima”, advertiu o promotor.
O vereador Nelson Hossri desmente de forma categórica a prática de rachadinha.
“Isso é mentira. Jamais peguei dinheiro dos meus assessores. Trata-se de uma denúncia feita por ex funcionário que foi exonerado quando a Câmara Municipal recebeu uma ordem judicial para exonerar dois servidores por gabinete. Ele nunca aceitou a demissão. Trata-se de uma vingança pessoal e perseguição por motivação política”, afirmou o vereador.
“Em uma semana virei racista, homofóbico e corrupto. Irei tomar todas as medidas legais”, acrescentou ele, referindo-se ao processo em está envolvido por supostas ofensas racistas feitas contra a vereadora Paolla Miguel (PT) por uma manifestante numa sessão da Câmara no dia 8 de novembro. “Em árvore sem fruto ninguém atira pedra”, conclui.
No caso de Marchesi, a denúncia chegou ao MP depois que folhetos foram distribuídos na região do bairro São José, onde o parlamentar tem sua base eleitoral, denunciando a prática. A denúncia contra Alejandro teria sido feito por meio de reprodução de conversas de WhattsApp.
A reportagem entrou em contato com os vereadores Filipe Marchesi e Otto Alejandro, mas até o momento eles não responderam ao pedido de entrevista.