Entre 2021 e 2023, 22 pessoas foram condenadas em Campinas por integrarem uma organização criminosa especializada em roubos e extorsões via Pix. A 28ª Promotoria de Justiça de Campinas, responsável pelas condenações, informou que, somadas, as penas dos 22 condenados ultrapassam 193 anos de prisão.
Os autos dos processos citam que entre 2020 e 2021, foram registrados crimes reiteradamente executados em entroncamentos de acesso às rodovias que cruzam a cidade de Campinas. As vítimas eram dominadas em seus veículos com emprego de arma de fogo, rendidas, mantidas reféns e obrigadas a fornecer senhas de aplicativos bancários e de cartões de crédito para transferir quantias elevadas.
Os criminosos ainda usavam Pix, cartões e contas-correntes das vítimas para realizar compras em estabelecimentos suspeitos.
Investigações da Polícia Civil identificaram 22 indivíduos organizados para a execução dos delitos, desempenhando condutas que iam desde o acerto prévio até a obtenção do veículo a ser utilizado para o crime, passando pelo fornecimento de máquinas de cartões de crédito e armas de fogo, uso de contas de pessoas jurídicas para recebimento de valores, rateio posterior dos valores obtidos e pela venda dos objetos subtraídos, dentre outras.
Em uma primeira fase, nos anos de 2021 e 2022, cinco desses réus foram processados pela 28ª Promotoria de Justiça de Campinas e condenados perante a 1ª Vara Criminal da Comarca pela prática de organização criminosa, roubos e extorsões qualificados. Somadas, as penas impostas nesses casos chegaram a aproximadamente 115 anos de prisão.
Na segunda fase, o aprofundamento das investigações permitiu a identificação de outras 17 pessoas que agiam junto com os réus do processo inicial, responsáveis pelas mesmas infrações. Também denunciados pela 28ª Promotoria de Justiça de Campinas, eles foram condenados em 2023 pela prática de organização criminosa, com penas individuais, totalizadas, alcançam mais de 78 anos de prisão.
“Trata-se dos primeiros casos de organização criminosa catalogados na região envolvendo sequestros e extorsões via aplicativos bancários. Foram anos de persistentes trabalhos policiais e do MPSP. A responsabilização total em 1º grau, ainda que pendente de recurso, foi uma vitória para a sociedade”, afirmou a promotora Marcela Scanavini Bianchini.