Dentre todos os tipos de câncer, o de pele é o de maior prevalência em todo o mundo. E assim como em todos os casos da doença, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores serão as chances de cura. Neste sábado (3), um mutirão de câncer de pele atenderá gratuitamente pessoas de Campinas e região no ambulatório de Dermatologia do Hospital Mário Gatti. Não é preciso agendamento prévio, nem encaminhamento médico. Os atendimentos ocorrerão entre 9h e 15h.
A campanha desta edição ganhou o slogan: “Não espere até sentir na pele”. A ação é promovida pela disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, em parceria com a Prefeitura de Campinas e com o Hospital Mário Gatti. O mutirão de prevenção e diagnóstico de câncer da pele – “Dezembro Laranja” é uma atividade aberta ao público em geral. De acordo com a dermatologista da FCM Andréa Fernandes Eloy da Costa França, coordenadora da campanha, a última ação presencial dessa campanha ocorreu em 2019 e a parceria da SBD com a Unicamp, desde a sua criação, já atendeu milhares de pessoas.
A médica da Unicamp reforça que o evento será uma oportunidade para a população cuidar da pele.
“A grande importância disso para a população de uma forma geral é que o câncer de pele, quando detectado precocemente, tem um dos maiores índices de cura existentes. Para os casos em que houver identificação de lesões suspeitas, o paciente será encaminhado para tratamento imediatamente”, afirma a dermatologista.
Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, pessoas com a pele clara, sardas e cabelos e olhos claros. “É muito importante que o paciente observe se existem alterações em sua pele, principalmente lesões em geral assimétricas, que podem formar uma ferida ou úlcera central, que apresentam coceira, que sangram facilmente e que nunca cicatrizam”, ressalta França.
As orientações para a prevenção da doença incluem evitar a exposição excessiva e sem proteção à radiação ultravioleta do Sol, principalmente no período entre 10h e 16h. No caso de exposição ao Sol, recomenda-se o uso de chapéus e protetor solar, que deve ser reaplicado a cada duas horas e com fator de proteção solar de no mínimo 30.
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos dessa doença no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos.
O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números de incidência são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com o tipo de célula afetada, são definidos os diferentes tipos de câncer.
O câncer de pele apresenta diferentes modalidades, como o carcinoma basocelular, o mais frequente, que corresponde a 70% da incidência registrada. Esse tipo de câncer está diretamente ligado à exposição aos raios ultravioleta acumulada durante a vida. Assim, é comum seu surgimento se dar após os 40 anos de idade do paciente. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surge com frequência em regiões mais expostas ao Sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Pode se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao Sol. É duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Além da exposição prolongada e sem proteção ao Sol, o tabagismo também é um fator que contribui para o surgimento desse tipo de câncer.
O tipo mais letal e agressivo é o melanoma – 8.400 casos anualmente no Brasil –, cujo diagnóstico e tratamento precoce são determinantes para a cura (em 90% dos casos). Quando não tratado, esse tipo de câncer pode levar à morte. É o menos frequente dentre todos os cânceres da pele.
Os principais sintomas são o crescimento de manchas na pele, com aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida; o surgimento de uma pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; ou ainda, uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento. (Com informações do HC da Unicamp)
SERVIO
Campanha contra o Câncer de Pele – Informações sobre a doença e exames gratuitos da pele
Dia: 3 de dezembro (sábado)
Local: Ambulatório de Dermatologia do Hospital Municipal Mário Gatti; Av. Pref. Faria Lima, 340 – Parque Itália, Campinas – SP
Horário: 9h às 15h A parceria é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com vários serviços de dermatologia credenciados no país.