No início do ano, em janeiro, o clima de tensão chegou ao nível máximo na Europa. Embora a Rússia tivesse declarado, junto com outros países, que uma guerra nuclear deveria ser evitada, isso não a impediu de avançar para um conflito armado. O clima de tensão ocorreu por causa do interesse da Ucrânia em se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No dia 12, a Otan declarou que não permitira que a Rússia interferisse nas ambições ucranianas. Acusada de enviar mais de 100 mil soldados à fronteira entre os dois países, o governo da Rússia disse que preferiria uma solução diplomática à guerra.
No dia 26 de janeiro, os Estados Unidos afirmaram que as exigências russas para que a Otan retirasse tropas e armas da Europa Oriental e para que a Ucrânia não se juntasse à organização eram inúteis. Em resposta, o Kremlin disse que as principais exigências de segurança da Rússia não foram levadas em conta por Washington. No fim do mês, no dia 28, o presidente norte-americano, Joe Biden, alertou para a forte possibilidade de a Rússia invadir a Ucrânia.
Nova onda de Covid-19
A nova variante Ômicron do novo coronavírus fez com que o mundo mergulhasse em uma nova onda da doença no começo de 2022. Já nos primeiros dias do ano, 4 mil voos foram cancelados no mundo. No dia 19, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que o vírus se espalhava “como nunca antes” nas Américas.
No mesmo dia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que o aumento do número de casos no Brasil era seis vezes acima do observado no início de dezembro de 2021. No fim do mês, no dia 26, um novo recorde de casos: 224.567 diagnósticos positivos de covid-19 em um só dia.
No dia 4 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou o resultado de uma consulta pública sobre a vacinação de crianças. Segundo a pasta, os brasileiros eram contrários à necessidade de apresentação de prescrição médica para vacinação, assim como à obrigatoriedade da vacina. Já no dia 5, o Ministério da Saúde anunciou a aquisição dos imunizantes para o público de 5 a 11 anos. No dia 13, o Brasil recebeu o primeiro lote de vacinas para o público infantil.
Tragédia em Minas Gerais
O início de janeiro trouxe uma tragédia para os moradores de Capitólio (MG). Uma rocha das encostas do famoso cânion da cidade desabou sobre barcos de turistas no dia 8. No total, dez pessoas morreram. Os corpos foram encontrados e identificados.
Morte de Elza Soares
No dia 20, faleceu um ícone da música brasileira: a cantora Elza Soares, que morreu, em sua casa, de causas naturais, aos 91 anos.
Elza Soares começou a carreira artística fazendo um teste na Rádio Tupi, no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso, e conquistou o primeiro lugar.
A cantora ganhou diversos prêmios como três prêmios Grammy Latino e dois WME Awards e, em 2020, foi tema do enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
O corpo de Elza foi velado no Theatro Municipal, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, no dia 21, e levado em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o cemitério Jardim da Saudade de Sulacap, na zona oeste da cidade. O trajeto passava pela Avenida Atlântica, em Copacabana, bairro em que Elza morou por muitos anos.
Policiais da Delegacia de Homicídios do Rio foram às ruas, no último dia do mês, à procura dos responsáveis pela morte do congolês Moïse Kabagambe, de 25 anos, assassinado no dia 25. Ele trabalhava como atendente em um quiosque na praia da Barra, no Rio de Janeiro.
Sem folia
Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e de São Paulo, Ricardo Nunes, decidiram em reunião virtual no dia 21 adiar os desfiles das escolas de samba do carnaval nas duas cidades para o fim de semana do feriado de Tiradentes, em 21 de abril. A decisão foi uma orientação das secretarias de saúde das duas cidades e foi motivada pela explosão de casos da Covid-19 causados pela variante Ômicron.
“A decisão foi tomada em respeito ao atual quadro da pandemia de Covid-19 no Brasil e à necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional”, apontou nota conjunta das prefeituras.
Em Fevereiro, a histórica invasão da Rússia à Ucrânia
O dia 24 de fevereiro entrará para a história mundial como aquele em que as forças russas deram início à guerra contra a Ucrânia. O dia começava a amanhecer naquela quinta-feira, quando foram registradas fortes explosões em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado o início de operação militar no país.
Pelo menos duas explosões foram ouvidas, de madrugada, no centro de Kiev, tendo sido seguidas pelas sirenes de ambulâncias, segundo jornalistas. No mesmo dia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que “haverá uma nova Europa após a invasão de hoje” e adiantou que o Ocidente estava preparando um pacote de sanções ao país.
O ataque russo foi o ápice de uma escalada da tensão entre os dois países que se intensificou em janeiro e fevereiro. No início do segundo mês do ano, já no dia 1º, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de criar um cenário destinado a atraí-lo para a guerra.
Já no dia seguinte, a Rússia transportou cerca de 30 mil soldados e armas para a Bielorrússia. Foi o maior destacamento militar de Moscou para o país desde o fim da Guerra Fria. Diante das ameaças, a Ucrânia cogitou rever suas intenções de aderir à Otan e tentou marcar uma reunião com representantes russos.
A tensão aumentou quando a Rússia reuniu mais de 100 mil soldados perto da Ucrânia e realizou exercícios em larga escala. No dia 12, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu que a população não entrasse em pânico, mesmo diante da intensificação dos exercícios militares. Já o presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos responderiam a uma eventual ofensiva. No dia 23, as forças russas já se concentravam ao redor da Ucrânia em posição de ataque.
No cenário nacional, o início do ano trouxe uma tragédia para o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. No dia 15, em apenas seis horas, o acumulado pluviométrico chegou a 259 milímetros (mm), superando a média de 238,2 mm esperada para todo o mês de fevereiro. O temporal provocou deslizamentos de terra em vários morros e alagamentos com fortes correntezas nas ruas.
Carnaval adiado
Com a mudança da data do evento para abril por causa da Covid-19, os vendedores ambulantes que trabalhariam no carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro receberam um auxílio de R$ 500, que foi pago em cota única no dia 18 de fevereiro. O anúncio foi feito no dia 4 pela prefeitura e tinha como objetivo complementar a renda desses trabalhadores informais, após o cancelamento dos festejos pelo segundo ano seguido.
A nova fase de pandemia de Covid-19, impulsionada pela variante Ômicron, levou ao cancelamento do carnaval em quase todas as capitais do país. A exceção foi a cidade de Belo Horizonte, que não editou norma com proibição explícita. Boa parte das cidades permitiu festas e eventos em locais abertos e fechados.
(Agência Brasil)