Prestes a se enfrentarem pela 19ª vez na história, em duelo que acontece na noite desta sexta-feira (23), às 19h, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia, Ponte Preta e Atlético-GO se reencontram após quatro anos, maior intervalo sem jogos entre as equipes desde que se tornaram adversários recorrentes a partir de 2009, principalmente pelo Campeonato Brasileiro, mas também pela Copa do Brasil. O retrospecto, no entanto, aponta para mais de 50 anos de embates, inclusive por competições que ficaram no passado do futebol brasileiro.
Em 1971, Macaca e Dragão viveram o capítulo mais importante do confronto, ao decidirem o título do Torneio de Integração Nacional, antiga competição que teve apenas aquela única edição, disputada em território goiano. Tratava-se de um certame com a participação de clubes que estavam fora do Campeonato Brasileiro, que à época estreava com essa demominação que perdura até hoje.
Na grande decisão, disputada em sistema de melhor de três, a equipe alvinegra comandada pelo histórico técnico campineiro Cilinho venceu o primeiro jogo por 1 a 0, com gol de Ditinho, mas perdeu o segundo, também pelo placar mínimo, com gol de Dadi, em duelo que teve o goleiro pontepretano Waldir Peres expulso.
A terceira e decisiva partida entre Ponte e Atlético-GO terminou empatada por 0 a 0 no tempo normal e acabou com triunfo dos anfitriões na prorrogação, quando Claudinho balançou as redes e garantiu o primeiro troféu nacional da equipe goiana. Os três jogos aconteceram no Estádio Olímpico, em Goiânia, entre os dias 13 e 19 de outubro de 1971.
Dois anos antes, a Ponte Preta havia sido campeã da Divisão de Acesso em 1969. Após disputar a elite estadual em 1970, sagrando-se vice-campeã, e garantiu direito de participar do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970, equivalente ao Brasileirão, mas não obteve vaga para o torneio nacional de 1971.
A história do Torneio de Integração Nacional
Patrocinado pela Federação Goiana de Desportos, o Torneio da Integração Nacional foi realizado entre os dias 7 de setembro e 19 de outubro de 1971, reunindo 16 clubes de 11 estados, divididos em quatro grupos com quatro equipes, nos mesmo moldes de como era a primeira fase da Copa do Mundo na época.
O campeonato foi criado a partir da insatisfação de alguns clubes com o privilégio que a então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) dava a determinadas federações do futebol brasileiro. A revolta foi liderada pelo estado de Goiás, excluído da pioneira edição do Campeonato Brasileiro daquele ano.
Com o apoio do governador do estado, o presidente do Goiás teve a ideia de criar o Torneio de Integração Nacional. Seis clubes goianos entraram no certame, acompanhados por representantes de outros 10 estados, incluindo quatro que não estavam no Brasileirão.
Os participantes eram clubes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Espírito Santo, Paraíba, Amazonas e Goiás, esse com seis representantes (Atlético, Goiás, Vila Nova, Goiânia, Anápolis e Campinas).
O Torneio de Integração Nacional, segundo relata a imprensa esportiva brasileira da época, foi um divisor de águas para o futebol brasileiro. Com repercussão nacional, os jogos figuravam nos concursos da Loteria Esportiva, viravam notícia em revistas importantes como Placar e tinham presença constante em rádios e TVs do eixo Rio-São Paulo, entre elas a TV Tupi, líder de audiência naqueles tempos, que chegou a mandar repórteres para cobrir a grande final em Goiânia. (Com informações do site oficial da Ponte Preta)