Um espaço que transpira arte e convida a apreciar o belo em cada canto e em cada ser humano. Por lá, a arquitetura relembra a Grécia antiga. Os belos jardins construídos por mãos voluntárias chamam a atenção, seja pelo colorido das flores ou pelo cuidado estampado em cada detalhe. Essa é uma pequena parte que se sente ao pisar na Fundação Eufraten, que funciona no Jardim do Lago 2, em Campinas, desde 1978 e foi idealizada por Paulo Zabeu e uma equipe de voluntários.
Por lá crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda têm a oportunidade de fazer aula de yoga, meditar em meio da natureza, plantar, colher, aprender informática judô, futebol, vôlei, ballet, jazz, violão, flauta, jardinagem, saborear uma alimentação saudável, além de ser preparado para o mundo do trabalho e a geração de renda.
Mas, a Fundação Eufraten vai muito além disso. Os participantes, que chegam a partir dos 6 anos, são convidados a mergulhar no autoconhecimento.
“Desde pequenos eles aprendem a refletir e a administrar suas emoções, superando as dificuldades de seu cotidiano, tornando seu comportamento um diferencial em seu desenvolvimento nos ambientes onde vivem, exercitando com ética sua cidadania. Todo nosso trabalho tem como base a Pedagogia Heulosófica, um dos pilares da Heulosofia – A Ciência do Autoconhecimento”, conta Carmem Lúcia Martinez, responsável pelas Relações Institucionais da fundação.
“Nossa pedagogia não tem a pretensão de transformar pessoas pelos seus ensinamentos, mas educar de forma segura e sem pressa, pelo exemplo em meio a natureza e a arte, que inspira organização, continuidade, iniciativa e transformação”, diz.
Durante o ano são 540 atendimentos diários realizados gratuitamente no contraturno escolar e, nos mais de 40 anos, já passaram por lá pelo espaço pelo menos 50 mil pessoas.
Carmen conta que todos os dias, antes de iniciar as atividades, educadores e educandos praticam juntos 30 minutos de yoga e meditação. “No final do período, fazem uma roda de reflexão, onde analisam seu comportamento, postura e o que aprenderam para educar-se na prática para a vida. Este percurso pedagógico desafia todos a saírem do comodismo, descobrindo suas habilidades, colocando para fora suas dificuldades, aprendendo a identificá-las e trabalhá-las, sem bullying na convivência, tirando de cada momento um aprendizado que educa seu corpo, suas emoções e os prepara para a vida”, explica.
Quando completam 15 anos começam a se preparar para o mundo do trabalho e a construção de seu projeto de vida. Participam de cursos e oficinas de informática básica, manutenção de micros, web designer, programação, noções de administração, empreendedorismo, meio ambiente e sustentabilidade, marketing pessoal. “São estimulados a continuar seus estudos e cursar uma faculdade, bem como tornar seu comportamento ético um diferencial para a conquista e permanência no primeiro emprego. Para se ter uma ideia, atualmente 70% dos jovens que passaram por essa formação estão trabalhando”, conta.
Para as famílias são oferecidas além do acolhimento, escuta e orientação, práticas de yoga e meditação, palestras educativas e oficinas de geração de renda.
Quem tiver interesse em conhecer a Fundação Eufraten, todo último sábado do mês ocorre o “Conheça a Eufraten” uma visita monitorada pelos ambientes, onde é possível conhecer mais de perto o trabalho e as possibilidades de voluntariado.
No link a seguir é possível fazer a inscrição para o Conheça a Eufraten e escolher a melhor data para a sua visita: https://podio.com/webforms/26231466/1976422
Kátia Camargo é jornalista e conheceu a Fundação Eufraten no ano passado e ficou surpresa com o trabalho desenvolvido por lá. Já citou, várias vezes, a música Imagine, de John Lennon por aqui. Mas imagina que ele também iria gostar de conhecer o local e quem sabe, até dar uma palhinha!