Desastres naturais, como o ocorrido no litoral norte do estado de São Paulo, mostram a importância da responsabilidade social das empresas seguradoras. No momento de crise, é fundamental unir esforços. As empresas reforçaram equipes de prestadores de serviços na região, criaram pontos de atendimento nas áreas mais críticas e têm buscado acelerar processos operacionais. Além disso, ajudaram não apenas segurados, como também deram suporte à população atingida, diante da urgência humanitária. O objetivo foi e continua sendo o de proteger a vida das pessoas. Os segurados, além de receber auxílio, podem ser indenizados pelo sinistro coberto especificado na apólice.
Dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), que reúne informações de 15 seguradoras associadas à entidade, apontam que a demanda de pessoas e empresas por serviços de seguros foi multiplicado por oito em comparação com a média histórica registrada em temporadas de Carnaval, em razão dos estragos provocados pelas chuvas no litoral norte.
Essa grave situação aponta para uma questão inevitável para o mercado de seguros: as mudanças climáticas no Brasil e no mundo. A plataforma da ONU de acompanhamento e prevenção de desastres revela que, na última década, perdas econômicas referentes a desastres naturais somaram mais de US$ 3 trilhões.
A 25ª edição da Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC com mais de 4.400 executivos em 89 países, com participação significativa de líderes brasileiros, mostra que a mitigação dos riscos das mudanças climáticas está entre os fatores que mais influenciam os compromissos de carbono neutro de empresas nacionais, conforme 67% dos CEOs entrevistados.
Hoje, as empresas do setor estão atentas às mudanças climáticas para entender e avaliar os impactos nos riscos protegidos, além de buscarem o desenvolvimento de tecnologias que possam ajudar a melhorar as ferramentas de prevenção.
Para o cálculo dos preços dos seguros, a base das empresas sempre utilizou dados estatísticos de períodos anteriores. Com a mudança climática, é preciso olhar para frente, estar atento aos impactos ambientais, adotar estratégias de redução de gases de efeito estufa, além de monitorar a evolução das transformações dos padrões do clima e temperatura.
Não é possível evitar desastres naturais, mas é imprescindível pensar e ter atitudes que possam amenizar esses danos, com foco na sustentabilidade ambiental e econômica para que as pessoas possam ter mais segurança e tranquilidade.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto na região de Campinas