O presidente da China zomba dos “chamados valores universais do Ocidente”; Putin invadiu a Ucrânia em parte porque via a independência do país como uma ameaça à Rússia (uma completa mentira).
O que é mais curioso é que o sentimento de muitos desses eleitores autocratas, nas eleições, é refletido em suas paranoias e egoísmos.
Trinta anos atrás, alguns acadêmicos sugeriram que o aumento da riqueza e dos padrões de vida em todo o mundo alinhariam os valores das pessoas.
Elas dariam maior peso à sua própria experiência e menos aos livros religiosos ou à autoridade dos líderes, tornando-se mais liberais no processo.
Na verdade, nessas três décadas, houve um distanciamento muito grande entre ricos e pobres e entre países com valores diversos em cada nível da sociedade. A mudança esperada em direção a um mundo mais tolerante não aconteceu.
E os valores universais, a nossa mais valiosa conquista, estão correndo sérios riscos. Até o ressurgimento da ameaça atômica em um mundo todo fragmentado tem nos rondado.
A pergunta que não quer calar é o que de fato gerou essa repentina mudança? É algo que já vinha acontecendo, mas não percebíamos ou foi a pandemia que abriu a tampa do mundo em ebulição?
Se gestados dentro da democracia liberal, ou um fenômeno recente causado por crises diversas do nosso modo de vida, não sei. Sei que eles estão presentes e se espalhando por quase todos os países com diferentes modelos de ideologia rançosa.
Os exemplos citados são os mais bem-sucedidos, mas a lista tem me parecido cada vez mais infinita.
Este texto, não é confortável nem fácil de ler, mas o que estamos vendo sob esses ditadores são loucuras sem nenhuma lógica, e me faz pensar em algo que pode já estar sendo gestado na cabeça dura de certas pessoas e líderes pouco democráticos aqui em nosso solo.
Tomara que eu esteja errado!
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar