Desafio é a palavra-chave para o setor de seguros em 2023. Projeção da CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras) aponta para um crescimento de 10%, com alta do PIB de 2,2%, superior à esperada pelo mercado (0,8%). Oportunidades para adaptação da iniciativa privada ao cenário e expansão de negócios, juntamente com recursos do governo que possibilitarão mais fôlego ao setor produtivo, devem impulsionar o setor segurador, prevê a instituição.
Há desafios externos, como inflação mundial e guerra, e internos, como a queda no poder de compra e endividamento. Mas alguns setores pujantes como a agropecuária, que registra expansão acentuada nos últimos anos, tende a impulsionar a economia. É impossível negar a sua importância para o país.
No ano passado, o desempenho do setor surpreendeu. Cálculos da Susep (Superintendência de Seguros Privados) apontam que a arrecadação cresceu 16,2% no acumulado do ano de 2022, em relação a 2021.O destaque ficou para os seguros de pessoas – em especial o de vida, com elevação de 15,1% sobre o ano anterior.
Houve bom desempenho também nos seguros de danos, com alta de 26,5% na arrecadação de prêmios, no seguro auto, 32,8% superior ao de 2021. Os seguros patrimoniais e de auto registraram expansão de 32,6% e 32,8%, respectivamente.
Para a consultoria Deloitte, o setor espera por um crescimento mais rápido em 2023 e sinaliza que a inovação deve estar em pauta, sempre com foco no cliente. Levantamento realizado pela consultoria destaca a importância da percepção de valor e dos benefícios da infraestrutura e da atualização tecnológica.
Neste cenário, os corretores continuam sendo fundamentais. A capacitação constante, o viés empreendedor, a modernização da gestão e a busca por inovação irão ajudá-los a entregar um atendimento personalizado aos clientes. Ter o consumidor sempre como foco do negócio torna sua jornada mais rica e amplia a sua percepção sobre o valor da marca.
Para todo o setor é importante estabelecer comunidades e parcerias, estimulando as relações humanas. Além de tendência, trata-se de uma oportunidade para gerar negócios e superar eventuais dificuldades.
A preocupação e o comprometimento com questões sociais, ambientais e corporativas, com boas práticas no dia a dia, são relevantes para as empresas se enquadrarem no conceito ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).
2023 mostra-se repleto de desafios para todo o setor, mas há uma estrutura consolidada e de boas oportunidades para obter bons resultados. O importante é ampliar o foco do histórico de riscos para encontrar soluções inovadoras e tecnológicas para os clientes.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto na região de Campinas