Líderes ocidentais, como o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron, prometeram sanções “rápidas e drásticas” caso a Rússia avance com uma invasão à Ucrânia.
Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Polônia, Romênia, França, Alemanha, Conselho Europeu, Comissão Europeia e Otan mantiveram esta sexta-feira (11) à tarde um encontro virtual. Os esforços diplomáticos procuram impedir que a crise entre a Rússia e a Ucrânia resulte numa guerra.
“Os aliados estão determinados a tomar em conjunto sanções rápidas e drásticas contra a Rússia no caso de novas violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia”, referiu o porta-voz do chanceler alemão, através da rede social Twitter, após a reunião.
“Todos os esforços diplomáticos visam convencer Moscou a avançar para a desescalada. O objetivo é evitar uma guerra na Europa”, adiantou.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou que todas as opções estão em cima da mesa e que as possíveis sanções afetariam “os setores financeiro e energético, bem como as exportações de produtos de alta tecnologia”, segundo uma nota divulgada pelo seu gabinete.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson expressou que teme “pela segurança da Europa nas circunstâncias atuais”, diz uma nota de Downing Street, o gabinete oficial do chefe do governo britânico.
A incerteza quanto ao momento é grande e o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, alertou que a Rússia pode invadir “a qualquer momento a Ucrânia”.
Na mesma toada, o chefe dos serviços secretos noruegueses garantiu que está tudo pronto, do ponto de vista operacional, para um amplo espetro de operações militares russas na Ucrânia, sublinhando que a decisão do que acontecerá pertence agora ao Kremlin.
As muitas reuniões virtuais e encontros presenciais dos últimos dias não foram capazes de avançar na desescalada do conflito ucraniano, momento descrito pelos ocidentais como o mais perigoso desde o final da Guerra Fria, há três décadas.
Também nesta sexta (11), o Kremlin (presidência russa) apontou que as discussões da véspera em Berlim, entre representantes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França, não produziram “nenhum resultado”.
A Rússia enviou mais de 100.000 soldados para as fronteiras da Ucrânia, onde conduz atualmente manobras, suscitando receios por parte do Ocidente de uma operação militar contra Kiev.
O país, que já anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer movimento agressivo em direção à Ucrânia, mas condiciona qualquer desescalada a uma série de requisitos, incluindo a garantia de que Kiev nunca integrará a Otan, algo que o Ocidente considera inaceitável.
Neste braço de ferro, a Rússia anunciou novas manobras militares junto à fronteira ucraniana.
Os exercícios têm-se repetido na Bielorrússia, vizinha da Ucrânia e Moscou revelou que irá realizar mais um treino de “missão de combate” na região fronteiriça de Rostov, com centenas de militares e veículos. A Marinha Russa também realiza manobras no mar Negro, com o qual também a Ucrânia faz fronteira.