Os petroleiros começaram, a 0h desta sexta-feira (27), uma série de atos e eventuais paralisações em unidades da Petrobras com o objetivo de pressionar a estatal a atender as reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho e também resolver questões estruturais, como a recomposição do efetivo e a retirada de subsidiárias do Programa de Privatização. Na Refinaria de Paulínia (Replan), houve um ato pela manhã com a presença de trabalhadores e diretores do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro).
A paralisação durou pouco mais de três horas e não afetou a produção da empresa.
Na Replan, de acordo com os diretores do Sindipetro, Jorge Nascimento e Steve Austin, não houve progresso substancial na implementação de um programa de mobilidade equitativo e transparente, nem na flexibilização do trabalho remoto presencial. Também persistem as preocupações relacionadas à manutenção contínua do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e à integração dos funcionários do Tecab, PBio e TermoBahia, que ainda permanecem sem solução.
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, também esteve presente na paralisação realizada na Replan e alertou para as questões políticas envolvendo o Acordo Coletivo de Trabalho, ressaltando a importância da união e cobrança dos trabalhadores, movimentos sociais e centrais sindicais.
Nesta sexta-feira, as manifestações acontecem em refinarias e usinas termelétricas, em todo o país. Na segunda-feira (30), as mobilizações vão ser feitas nas subsidiárias Transpetro, Petrobras Bio Combustíveis e TBG, a transportadora brasileira do gasoduto Brasil Bolívia. Na terça-feira (31), os atos serão nas unidades administrativas e, finalmente, na quarta-feira, 1º de novembro, será a vez das áreas de produção e exploração, nas plataformas.
Assembleias
O movimento foi decidido em assembleias dos sindicatos realizadas nesta quinta-feira (26), que rejeitaram, pela segunda vez e por unanimidade, a contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho, apresentada pela Petrobras.
Segundo Antony Devalle, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), dentre as reivindicações que a Petrobras não aceita negociar estão o plano de saúde, a reposição de 3,8% das perdas salariais passadas e de 3% de ganho real, além da equiparação das tabelas salariais das subsidiárias.
O sindicalista lembrou que os trabalhadores da Petrobras estão em estado de greve, também aprovado nas assembleias, mas que acredita que as negociações com a Petrobras vão avançar sem a necessidade de uma greve.
Em nota, a Petrobras informou que está em processo de negociação do Acordo Coletivo 2023/2025 com as entidades sindicais e que, até o momento, não foi notificada oficialmente sobre paralisações. Reitera que segue aberta ao diálogo e fazendo todos os esforços para negociar o acordo coletivo, para garantir a segurança das pessoas, das instalações e a continuidade operacional.