Uma semana após a sofrível atuação na derrota por 1 a 0 para o maior rival Guarani no Dérbi 206, a Ponte Preta trocou peças e testou uma nova formação em busca de soluções, mas voltou a decepcionar a sua torcida e não foi capaz de sair de um empate sem gols com o Sampaio Corrêa, no último sábado (9), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
Com a necessidade da vitória dentro de casa diante de uma equipe que estava dentro da zona de rebaixamento, o técnico Pintado abriu mão de um volante, no caso Felipe Amaral, preteriu o meia Elvis, que está vivendo momento de baixa, e promoveu três novidades no setor ofensivo: Lucas Nathan, Éverton e Igor Torres.
“A opção era ter um ataque rápido e leve. Em alguns momentos, a gente conseguiu essa velocidade. Hoje, com a defesa mais sólida, a gente pode pensar em ter mais um homem na frente”, explicou Pintado.
Com o desfalque por suspensão do atacante André, Pintado promoveu as entradas de Lucas Nathan, Éverton e Igor Torres, escalados pela primeira vez como titulares nesta Série B, atuando ao lado do jovem Eliel. Ao todo, foram quatro mudanças em relação ao onze inicial do clássico campineiro. A outra foi o zagueiro Edson no lugar de Mateus Silva, que também cumpriu suspensão pelo terceiro cartão amarelo.
No entanto, as mudanças não surtiram o efeito desejado e o time pouco criou no primeiro tempo, restringindo-se a algumas tentativas em bola parada. Na etapa final, além de colocar o meia Elvis, Pintado mandou a campo o centroavante Jeh, artilheiro da Ponte Preta na temporada, com 12 gols, que não atuava havia três meses devido a uma hérnia de disco. Mas nada disso funcionou.
“A gente ganha um homem de área perigoso com o Jeh. Temos a esperança que venha nos ajudar. É uma característica que precisamos nesse setor, com essa presença. Eu queria ter começado com ele, mas ele disse que ainda não se sentia bem para o jogo inteiro”, justificou Pintado.
O comandante da Ponte Preta também testou o atacante colombiano Paul Villero, um dos três reforços trazidos pela diretoria na atual janela de transferências voltada a contratações de atletas de clubes eliminados na primeira fase da Série C. A Macaca também fechou com o volante Souza, que retorna ao Majestoso após 13 anos, e com o meia Gabriel Santiago, ambos vindos do Náutico, assim como Villero.
“A Ponte teve muita dificuldade, todo mundo sabe, mesmo assim conseguiu três peças importantes que praticamente escolhemos a dedo. A gente vai ficar mais forte com a chegada desses jogadores”, acredita Pintado.
Embora o empate sem gols com o Sampaio Corrêa tenha aumentado de quatro para cinco pontos a distância para a zona de rebaixamento, a Ponte Preta perdeu a chance de derrotar dentro de casa um adversário direto na luta contra o descenso e agora terá que buscar reabilitação como visitante, diante de um postulante ao acesso. A Macaca enfrenta o Vila Nova, quinto colocado, na próxima sexta-feira (15), às 19h, em Goiânia.
Dono de um fraco aproveitamento de 41,6%, com duas vitórias, quatro empates e duas derrotas em oito jogos à frente da Ponte Preta, o técnico Pintado reconheceu o fraco desempenho ofensivo de sua equipe e lamentou a falta de pontaria em momentos cruciais da partida contra o Sampaio.
“O Igor teve a bola do jogo para a gente, uma oportunidade muito clara de gol. É o detalhe de empurrar para dentro que está faltando. O gol no futebol tem um preço muito caro. Se a gente está produzindo, é trabalhar para concretizar”, disse Pintado.
“Futebol não é merecimento, mas se alguém merecia ganhar o jogo era a Ponte. Vamos trabalhar não só para merecer, mas para conseguir”, cobrou Pintado.
Com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, a Ponte Preta vem de dois tropeços consecutivos sem marcar nenhum gol sequer. Ao todo, a Macaca passou em branco em 13 dos 27 jogos na Série B e segue como o pior ataque da competição, ao lado do lanterna ABC, com apenas 16 gols marcados. A equipe também continua amargando a sua pior campanha da história a esta altura da competição: 14ª colocação, com 32 pontos.
“A preocupação sempre existiu e estamos muito atentos a tudo que vem acontecendo. A gente vê o objetivo principal do clube distante hoje, sabe disso e respeita. O importante é que continuamos competindo num momento difícil da competição, em que todo mundo se reforçou e contratou com qualidade. Estou satisfeito com o grupo, principalmente pela determinação e pela luta”, ressaltou Pintado.