A polêmica envolvendo uma feira de universidades israelenses, que deveria ter ocorrido na última segunda-feira (3) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), segue gerando repercussão. O caso acaba de chegar ao Congresso Nacional. O Grupo Parlamentar Brasil-Israel na Casa Legislativa divulgou nota repudiando “com veemência” as manifestações que impediram a realização da Feira de Universidades Israelenses na Unicamp.
A nota é assinada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside o grupo.
No texto, o senador afirma que o “Brasil mantém relações diplomáticas com todo o mundo, sempre respeitando as comunidades no seu direito de manifestação e cultura, e o ocorrido na Unicamp demonstra uma clara falta de liberdade e respeito, o que não é comum aos brasileiros”. A nota segue enfatizando que “as Universidades devem ser espaços onde a troca de ideias e a liberdade de opinião devem ser regras fundamentais”.
O Grupo Parlamentar Brasil-Israel solicitou ainda uma “investigação rigorosa” do Ministério Público Federal “para que possa apontar os responsáveis pelo ato” que resultou no cancelamento. “Esperamos que manifestações assim não voltem a ocorrer em universidades públicas do Brasil”, encerrou o senador.
Entenda a polêmica
Protestos envolvendo grupos ligados à Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) impediram a realização da 4ª edição da Feira das Universidades Israelenses, que deveria ocorrer nesta segunda-feira (3), na Unicamp. O anúncio da feira destinada a abrir conexões entre estudantes brasileiros com universidades israelenses já tinha colocado a Unicamp no fogo cruzado de um conflito internacional que dura milênios.
O reitor Antonio José de Almeida Meirelles, o Tom Zé, chegou a anunciar que o evento seria mantido, argumentando sobre o respeito às liberdades, mas os atos resultaram no cancelamento.
A Federação Israelita, por sua vez, também se manifestou. Em comunicado, reiterou que “as imagens de manifestantes acuando e hostilizando os representantes das universidades israelenses são repugnantes e precisam ser investigadas. A Unicamp é um espaço democrático que, inclusive, mantém seis convênios com universidades israelenses, sempre trabalhando no sentido de fazer a cooperação mútua entre os dois países”.
Representantes dos grupos ligados à defesa dos palestinos negaram ter havido qualquer ato de violência.
O coletivo de apoio aos palestinos defendeu a não realização da feira, alegando que “as universidades israelenses estão ligadas a ações que auxiliam diretamente a ocupação ilegal de território palestino, bem como na legitimação da violência contra seu povo”.
E continuou: “Por isso, a Unicamp deve tomar uma posição e mostrar se apoia um regime segregacionista, colonialista, racista e violento ou se realmente defende os direitos humanos e vai contra os crimes de lesa-humanidade que Israel pratica em território palestino.”
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