Em homenagem ao aniversário de 123 anos de fundação do clube, celebrado nesta sexta-feira (11), a Ponte Preta lançou uma nova camisa predominantemente preta, com quadriculados brancos formados por várias faixas transversais, em alusão à principal característica do tradicional uniforme da equipe, e a famosa sigla AAPP nas intersecções entre elas.
A recém-lançada peça possui gola, mangas e escudo em dourado, mesma cor da estampa do patrocinador e da marca própria de uniforme, a 1900, cujo logo é constituído pelo ano de fundação e a mascote do clube, a Macaca, apelido acolhido pela torcida pontepretana e popularizado a partir dos anos 70.
A expectativa é que o novo manto pontepretano seja vestido pelos jogadores da equipe comandada pelo técnico Pintado no duelo contra o Botafogo-SP, neste sábado (12), às 17h, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, pela 23ª rodada da Série B.
A camisa, desenvolvida pelo departamento de marketing da Ponte Preta, já está à venda na loja oficial do clube, a 1900 Mais, que fica do lado de fora do estádio Moisés Lucarelli, casa da fanática torcida pontepretana e um dos símbolos de maior orgulho do clube. Olha aí a oportunidade para presente de Dia dos Pais!
A data que aparece logo acima do escudo remete à fundação da Ponte Preta, ocorrida no dia 11 de agosto de 1900, uma referência à chegada da ferrovia em Campinas, em 1872. Nos estertores do século XIX, a Ponte Preta nasceu por iniciativa de um grupo de jovens estudantes do colégio Culto à Ciência, que praticavam futebol no mesmo bairro que dá nome ao clube até hoje.
Cores
A cor preta, por sua vez, é sempre uma lembrança do pioneirismo do clube alvinegro na inclusão racial. A primeira equipe formada pela Ponte Preta contava com a presença de Miguel do Carmo, primeiro jogador negro da história do futebol brasileiro.
Na esteira dele, vieram outros atletas negros como o goleiro Manoel Ferreira, mais conhecido como Amparense, considerado o primeiro ídolo negro da Ponte, líder e capitão da equipe que conquistou o título da Liga Operária de Futebol, primeiro campeonato oficial organizado em Campinas, em 1912. Assim como Miguel do Carmo. Amparense era fiscal de linha da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.Os detalhes em dourado, por fim, podem ser entendidos como uma representação dos troféus conquistados pela Ponte Preta ao longo de sua história, tanto nos gramados quanto nas quadras. O mais recente deles foi o da Série A2, conquistado pela equipe principal de futebol quase 45 anos depois do título da Divisão de Acesso de 1969.
Nesse intervalo de praticamente meio século, a Macaca disputou finais de elite estadual (1977, 1979, 1981, 2008 e 2017), protagonizou campanhas nacionais de destaque (Campeonato Brasileiro de 1981 e Copa do Brasil de 2001), dobradinha de títulos da Copinha (1981 e 1982), acessos inesquecíveis, chegada em decisão continental, (Copa Sul-Americana de 2013), além do lendário bicampeonato mundial de basquete (1993 e 1994).
Berço e rota de craques do passado, a Ponte Preta teve grandes esquadrões e contou com meio-campistas como Dicá, Marco Aurélio e Wanderley, além de outros timaços centroavantes goleadores como Chicão, Luís Fabiano e Washington.
No entanto, nenhum outro setor do campo elevou tanto o nome do clube quanto a defesa. Equipe do interior paulista que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira em edições de Copa do Mundo, a Ponte Preta foi representada pelo goleiro Carlos e os zagueiros Oscar e Polozzi no Mundial de 1978, na Argentina.
Por iniciativa do presidente da Câmara Municipal de Campinas, o vereador Luiz Rossini (PV), o Legislativo entregou o Diploma de Mérito Esportivo “Sérgio José Salvucci” à Ponte Preta, em solenidade realizada na última quinta-feira no Salão Nobre do Moisés Lucarelli. O evento foi gravado e poderá ser assistido posteriormente no canal da TV Câmara no Youtube.
Com três atletas convocados para a Copa de 1982, a Macaca foi o time com mais jogadores na lista de 22 nomes do técnico Claudinho Coutinho, ao lado de São Paulo e Vasco. A presença do trio pontepretano na Copa do Mundo refletiu a excelente campanha que culminou no vice-campeonato paulista de 1977.
Em 1982, ainda como jogador da Ponte Preta, Carlos foi novamente convocado e teve a companhia do zagueiro Juninho Fonseca, seu companheiro de equipe, também chamado pelo técnico Telê Santana para o Mundial da Espanha.